Venda da Eletrobras significa risco à soberania, alerta especialista

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Publicado Quarta, 27 de Abril de 2022 às 13:16, por: CdB

Subsidiárias da Eletrobras, a Eletronuclear e a Itaipu Binacional não podem ser privatizadas. A Eletronuclear realiza atividade considerada monopólio da União pela Constituição Federal, enquanto a Itaipu Binacional é regulada por acordos com o Paraguai e tampouco pode ir para o controle privado.

Por Redação, com Sputniknews - do Rio de Janeiro
A venda da Eletrobras permitirá que entes privados participem de reuniões do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron) e tenham acesso irrestrito ao projeto da Usina Termonuclear de Angra 3. Nesta semana, autoridades e empresários do setor nuclear estão reunidos no Nuclear Summit 2022 para discutir as tendências brasileiras para o segmento.
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Passa por uma subsidiária da Eletrobras a concepção e construção do submarino nuclear brasileiro
Durante o evento, o diretor técnico da Eletronuclear, Ricardo Santos, declarou que as obras da usina nuclear Angra 3 serão retomadas em agosto de 2022, após quase sete anos em compasso de espera, reportou o jornal Valor Econômico. O setor nuclear brasileiro, no entanto, vive sob o espectro da privatização da Eletrobras, que o governo quer concluir ainda este ano, antes das eleições presidenciais.

Programa nuclear

A pressa para finalizar a venda está colocando em jogo o destino da Eletronuclear e do programa nuclear brasileiro, revelam especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil. Subsidiárias da Eletrobras, a Eletronuclear e a Itaipu Binacional não podem ser privatizadas. A Eletronuclear realiza atividade considerada monopólio da União pela Constituição Federal, enquanto a Itaipu Binacional é regulada por acordos com o Paraguai e tampouco pode ir para o controle privado. Para resolver este problema, o governo propôs colocar essas empresas sob controle da recém-criada Empresa Brasileira de Participações (ENBPar), que será a responsável pelo ramo estatal da Eletrobras privatizada. De acordo com o presidente da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras, Ikaro Chaves, o esquema proposto pelo governo não blinda a Eletronuclear nem o programa nuclear brasileiro de influência privada. — O primeiro problema é que a maior parte do capital da ENBPar será privado. O controle formal será estatal, mas o controle do capital será privado — resumiu Chaves.
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