O setor supermercadista obteve, em 2005, um aumento real nas vendas na ordem de 0,66%, em comparação ao ano anterior. Apesar do resultado positivo, o número divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) foi bem menor do que o setor esperava, que era algo em torno de 2% a 2,5% no aumento real das vendas, ao longo do ano. O resultado foi frustrado principalmente pelo desempenho dos negócios em dezembro, quando os supermercadistas apostavam aumentar em até 4% as vendas em relação a dezembro de 2004. O resultado, no entanto, foi uma queda de 3,84% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
– Tivemos um período de Natal muito positivo, com vendas entre 4% e 5% maiores. O problema é que o mês como um todo foi ruim, especialmente a primeira quinzena. Além disso, a alta das vendas dos importados, que ficou em torno de 6%, acabou não compensando a desvalorização do real desde dezembro de 2004, que foi de 17% – afirmou João Carlos de Oliveira, presidente da Abras, a jornalistas.
Em comparação a novembro, as vendas reais do último mês do ano passado subiram 34,84%, na seqüência de um comportamento típico destes dois meses. Em 2004, o aumento de vendas foi de 34,94% entre dezembro para novembro. Segundo a instituição, o comportamento das vendas do setor refletiu o elevado comprometimento da renda dos consumidores ao longo do ano, motivada pelos juros altos e pela fraca recuperação do emprego.
Para este ano, a projeção inicial é de que a conjuntura seja mais favorável, principalmente pela entrada de maiores recursos na economia por causa das eleições. A projeção da Abras para 2006 é de expansão das vendas de 2,5%, nível muito parecido com o registrado em 2004, quando as vendas reais do setor tiveram alta de 2,57% sobre 2003.