Vendas no varejo melhoram, mas longe ainda de deixar a crise para trás

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Publicado Quinta, 08 de Outubro de 2020 às 13:56, por: CdB

No mês, o IBGE apurou alta em cinco das oito atividades pesquisadas, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (30,5%). O setor de móveis e eletrodomésticos cresceu 4,6% e o de equipamentos para escritório e informática, 1,5%. Entre as quedas, destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%).

Por Redação - do Rio de Janeiro
O volume de vendas no comércio varejista cresceu 3,4% de julho para agosto e 6,1% em relação a igual mês de 2019, segundo informou nesta quinta-feira o IBGE, e chegou ao maior nível da série. Mas no acumulado do ano ainda está negativo (-0,9%). Em 12 meses, tem ligeira alta (0,5%).
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Com o avanço da pandemia, as vendas presenciais no varejo caíram, mas a recuperação ocorre, ainda que de forma lenta
Quando se inclui o chamado varejo ampliado (veículos, motos, partes e peças e material de construção), as vendas crescem 4,6% sobre julho e 3,9% em relação a agosto do ano passado. Mas recua 5% no ano e 1,7% em 12 meses. No mês, o Instituto apurou alta em cinco das oito atividades pesquisadas, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (30,5%). O setor de móveis e eletrodomésticos cresceu 4,6% e o de equipamentos para escritório e informática, 1,5%. Entre as quedas, destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%). No ampliado, veículos/motos teve crescimento de 8,8% e material de construção, de 3,6%.’

Expectativa

Na comparação com agosto de 2019, o IBGE registrou a mesma quantidade de variações positivas e negativas. As vendas de móveis e eletrodomésticos subiram 36,3%, enquanto as hipermercados/supermercados aumentaram 3% e as de artigos farmacêuticos/médicos e de perfumaria e cosméticos, 8,8%. No acumulado do ano, até agosto, as vendas em hipermercados/supermercados crescem 13,5% e as de combustíveis e lubrificantes recuam 13,7%. Tecidos, vestuário e calçados têm forte queda (-33,5%), assim como veículos/motos (-26,9%). Móveis e eletrodomésticos registram alta de 5%, artigos farmacêuticos têm alta de 6,2% e material de construção, de 6,9%. A expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters era de alta de 3,1% na comparação mensal em agosto e de avanço de 7,00% sobre um ano antes.

Complexo

Para o gerente da pesquisa mensal do comércio do IBGE, Cristiano Santos, o desempenho recente do varejo “tem muito a ver com o auxílio emergencial, que aumentou a renda das famílias de menor renda, e com juros mais baixos, que ampliaram a oferta de crédito”. — Isso influenciou no comportamento de sair do fundo do poço muito fundo para o topo do poço — afirmou a jornalistas. Segundo ele, em agosto o setor ficou 8,9% acima de fevereiro. O economista Alberto Ramos, do banco Goldman Sachs, afirmou em nota a clientes que as vendas no varejo têm apresentado uma sólida recuperação desde abril, “apoiadas por grandes transferências de renda decorrentes de aumento de gasto fiscal e pelo relaxamento gradual dos protocolos de distanciamento social”. “No entanto, um quadro doméstico ainda muito complexo no que diz respeito ao vírus da Covid e a provável redução do estímulo fiscal antes do final do ano podem suavizar/enfraquecer o ritmo da recuperação”, resumiu.
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