Venezuelanos processam Hugo Chávez em Miami

Vários venezuelanos entraram com uma ação judicial em um tribunal dos Estados Unidos contra o presidente de seu país, Hugo Chávez. Eles acusam Chávez de planejar um ataque contra uma manifestação da oposição, realizada em Caracas em abril de 2002.
 
Os familiares de seis manifestantes que morreram no dia 11 de abril do ano passado e os de nove que ficaram feridos entraram com a ação na semana passada em Miami (Flórida).

A ação judicial foi apresentada com base em uma lei americana que permite estrangeiros residentes no país acionar perante os tribunais dos Estados Unidos pessoas ou governos acusados de violar os direitos humanos em outras nações.

De acordo com os documentos apresentados no tribunal, os venezuelanos acusam Chávez de planejar pessoalmente, pelo menos quatro dias antes, o ataque contra a manifestação e de coordenar as ações por rádio.

Além de Chávez, também são citadas na ação outras 29 pessoas, entre funcionários do governo venezuelano, generais e membros do partido governista Movimento V República.

Os demandantes, que pedem indenizações cujos valores não foram divulgados, pedem o congelamento dos recursos financeiros do governo venezuelano nos EUA para pagar qualquer compensação, caso ganhem o processo.

A passeata opositora começou horas antes de Chávez ter sido destituído, por pouco tempo, por um golpe de Estado, em abril do ano passado. Os manifestantes tentavam chegar à sede do Palácio Presidencial de Miraflores, no centro de Caracas, para exigir a renúncia do governante.

Versões da imprensa venezuelana e de testemunhas, não confirmadas, dizem que franco-atiradores não identificados atuaram simultaneamente contra a passeata opositora e contra uma concentração governista, convocada nesse dia para “defender” a sede do Governo, o que provocou 19 mortes e centenas de feridos.

Com relação a este caso, estão sendo processados quatro supostos pistoleiros, incluindo Richard Peñalver, e um vereador governista do Município Libertador de Caracas, enquanto que os outros eram funcionários públicos quando ocorreu o incidente.