Viaturas do Ibama são incendiadas em área de conflitos no Pará

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Publicado sexta-feira, 7 de julho de 2017 as 14:02, por: CdB

Criada em 2006, a Flona do Jamanxim gtem 1,3 milhão de hectares (cada hectare corresponde às medidas aproximadas de um campo de futebol oficial)

Por Redação, com ABr – de Brasília/ Salvador:

Dois caminhões-cegonhas que transportavam 16 viaturas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram alvo de uma emboscada entre Altamira e Novo Progresso, no sudoeste do Pará, perto da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim.

Viaturas novas do Ibama são incendiadas em área de conflitos no Pará

Segundo a Superintendência do Ibama no Estado, cada caminhão-cegonha transportava oito veículos alugados para substituir parte da frota em uso. Nesta madrugada, ao parar em um posto de combustível da BR-163, próximo do distrito de Castelo de Sonhos, em Altamira. Os caminhões foram atacados por pessoas ainda não identificadas.

O grupo pôs fogo em um dos caminhões, destruindo oito das viaturas. Todas identificadas com a logomarca do Ibama. A ação policial impediu que o grupo ateasse fogo no segundo caminhão-cegonha.

Criada em 2006, a Flona do Jamanxim gtem 1,3 milhão de hectares (cada hectare corresponde às medidas aproximadas de um campo de futebol oficial). De acordo com o Ibama, a Flona integra a região mais crítica do desmatamento na Amazônia. Em parte pela proximidade da BR-163. Há tempos a região é palco de conflitos entre madeireiros, garimpeiros, índios, ambientalistas e agentes do Estado.

Em junho do ano passado, o 1º sargento João Luiz de Maria Pereira, do Grupamento Tático Operacional do Comando Regional da Polícia Militar de Itaituba (PA). Ele morreu após ser baleado no pescoço e no ombro, em uma emboscada.

O sargento participava de uma operação (Onda Verde) de combate ao desmatamento ilegal na floresta nacional. Na qual foi destruído um acampamento ilegal de madeireiros dentro da unidade de conservação.

Na véspera, agentes do Ibama e policiais militares tinham apreendido um trator, um caminhão e várias motosserras. Na ocasião, a presidente do Ibama, Suely Araújo, disse que o assassinato na Flona do Jamanxim era resultado da ação do crime organizado no eixo da BR-163.

Limites da Floresta Nacional

Em junho, diante da mobilização de setores da opinião pública, o presidente Michel Temer voltou atrás na proposta de alterar os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, vetando integralmente a Medida Provisória (MP) 756/16.

Enviado ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, o texto foi modificado pelos parlamentares. Causando a reação contrária de ambientalistas. Segundo o texto final aprovado no Congresso, parte da Flona seria desmembrada para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jamanxim.

As críticas à iniciativa devem-se ao fato de as regras das APAs serem menos rigorosas que as das florestas nacionais. Nessas florestas, permite-se apenas a presença de populações tradicionais. Todas as demais áreas particulares devem ser desapropriadas. As APAs admitem maior grau de ocupação humana e a existência de área privada.

Desde que o presidente vetou a MP 756/16, a rodovia BR-163 tem sido palco de manifestações de produtores rurais que pedem a redução da área da Floresta Nacional de Jamanxim.

Bahia

A Polícia Federal (PF) deflagou na manhã desta sexta-feira, a Operação Vortigern, na região metropolitana de Salvador. O objetivo é investigar o vazamento de informações sob sigilo de justiça no Tribunal de Justiça da Bahia.

A operação, realizada por cerca de 20 agentes da PF. Foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, que autorizou o cumprimento dos sete mandados: três de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva.

Segundo a PF, a operação se trata de um inquérito policial. Por isso, não serão apresentados detalhes sobre o caso.

O Tribunal de Justiça da Bahia informou que, enviou um posicionamento sobre a operação.

O nome da operação é uma referência ao texto de dramaturgia Vortigern e Rowena, atribuído, falsamente, a William Shakspeare.