Se alguém está tentando fazer o cigarro parecer glamouroso, esse alguém não é o cinema, disseram pesquisadores norte-americanos. Um estudo encabeçado pelo Dr. Karan Omidvari, do Centro Médico St. Michael, em Newark, Nova Jersey, analisou mais de 400 filmes de sucesso comercial e concluiu que os vilões fumam mais do que os heróis e os personagens pobres, mais do que os ricos.
– A maioria dos pesquisadores até agora concluiu que o fumo é retratado no cinema como sendo glamouroso e positivo, mas nosso estudo demonstra que a verdade é exatamente oposta a isso – disse Omidvari.
– Além disso, diferentes estudos conduzidos no passado concluíram, de maneira subjetiva, que o cinema tenta influir sobre diferentes grupos minoritários para induzi-los a fumar. Nosso estudo também contradisse essas conclusões.
Omidvari e seus colegas estudaram os personagens principais de sucessos de bilheteria produzidos desde 1990 e que retratam a sociedade americana contemporânea. Entre os filmes estudados estão <i>Armageddon</i>, <i>Quem vai ficar com Mary?</i> e <i>Jerry Maguire – A grande virada</i>.
Eles constataram que 35,7 % dos antagonistas fumavam, contra 20,6 % dos protagonistas.
E quase metade dos fumantes na telona pertenciam à classe socioeconômica baixa, comparados a 22,9 % que eram da classe média e apenas 10,5 % da classe alta.
Os resultados do estudo foram publicados na edição de agosto do periódico <i>Chest</i>.
O estudo constatou que, ao todo, a porcentagem de personagens que fumam no cinema norte-americano é mais ou menos igual à vida real – cerca que de 23 %. Os homens no cinema têm probabilidade maior de fumar do que as mulheres, e os brancos têm chances maiores de fumar do que membros das minorias – mais uma vez, um retrato preciso do comportamento real da população norte-americana.