Iraquianos xiitas começaram a enterrar, nesta segunda-feira, as 20 pessoas que foram mortas a tiros em uma mesquita de Bagdá no que líderes afirmaram ter sido um massacre feito por tropas norte-americanas.
Líderes políticos xiitas acusaram tropas norte-americanas de matar 20 pessoas na mesquisa Mustafa no domingo, mas policiais e moradores afirmaram que muitos morreram em confrontos entre militares dos EUA e milícias leais ao clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr.
– Forças norte-americanas entraram na mesquisa Mustafa e mataram mais de 20 fiéis. Eles os amarraram e mataram – afirmou Hazim al-Araji, assessor de Sadr.
Novo massacre
Pelo menos 30 pessoas foram mortas nesta segunda-feira depois que uma bomba explodiu dentro de uma base militar conjunta dos EUA e do Iraque em Mosul, disse a polícia. Uma fonte do ministério do interior disse que a explosão alvejou recrutas do exército iraquiano e pode ter sido executada por um homem-bomba, mas ainda não era possível confirmar essa versão. Nenhum outro detalhe foi divulgado.
O incidente ocorreu um dia depois que 20 pessoas foram fuziladas na mesquita de Mustafa, em Bagdá. Alguns líderes xiitas disseram que o ataque foi promovido por soldados norte-americanos, no que classificaram de massacre de fiéis. A polícia e moradores disseram que as mortes resultaram de um confronto entre soldados norte-americanos e militantes xiitas.
Em dezembro de 2004, um homem vestindo uniforme do exército do Iraque se explodiu em uma base do exército dos EUA em Mosul, matando 21 pessoas, sendo eles 14 soldados e outros quatro norte-americanos. Ainda não estava claro se a explosão desta segunda aconteceu no mesmo local.
Sem colaboração
Governador provincial de Bagdá, Hussein al-Tahan disse na segunda-feira que suspenderá toda a cooperação com as forças norte-americanas até que seja feita uma investigação independente sobre a morte de 20 xiitas em uma mesquita no Iraque.
– Hoje nós decidimos interromper toda a cooperação política e de serviços com as forças dos EUA até que um comitê legal seja formado para investigar esse incidente – disse ele a repórteres.
Ele acrescentou que o órgão de investigação deve incluir membros da embaixada norte-americana e do Ministério da Defesa do Iraque, mas não militares dos Estados Unidos.