Segurando cartazes com dizeres como “justiça, valorização e respeito à nossa direção”, “o diretor trabalha tanto pela escola e o que ganha? Exoneração” e “não aceitamos autoritarismo”, os trabalhadores em educação denunciaram que o ocorrido com Virgílio Araújo não é um caso isolado.
Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília
Estudantes da Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos, localizada na região do Barreiro, em Belo Horizonte, fizeram uma manifestação na manhã de segunda-feira. O motivo do protesto foi a exoneração repentina do diretor da escola, Virgílio Araújo.
Além de paralisar a Avenida Sinfrônio Brochado com cartazes e palavras de ordem, os estudantes fizeram um dia de greve pela volta do diretor.
Ainda na segunda-feira, convocado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), também aconteceu um protesto em frente a Superintendência Regional de Ensino – Metropolitana B. O motivo que levou os educadores às ruas também foram as exonerações promovidas pelo governo Zema.
Segurando cartazes com dizeres como “justiça, valorização e respeito à nossa direção”, “o diretor trabalha tanto pela escola e o que ganha? Exoneração” e “não aceitamos autoritarismo”, os trabalhadores em educação denunciaram que o ocorrido com Virgílio Araújo não é um caso isolado.
Ação arbitrária
Ao todo, aconteceram sete exonerações no estado. Em nota enviada ao Brasil de Fato, o governo de Minas Gerais informou que as mudanças nas gestões das escolas ocorreram em função “de situações relacionadas ao descumprimento do dever e das responsabilidades do gestor”.
No caso de Virgílio, o motivo da exoneração teria sido a não entrega do Diário Escolar Digital (DED) dentro do prazo estabelecido pela Secretaria Estadual de Educação (SEE). Segundo o governo, “os diretores foram reiteradamente notificados e orientados para adotar as medidas necessárias para finalização dos registros”.
Porém, na avaliação da Coordenadora-Geral do Sind-UTE/MG, Denise Romano, as exonerações corroboram com a estratégia do governo Zema de ataque aos princípios fundantes da educação pública, como a gestão democrática.
– As exonerações foram mais uma ação arbitrária do governo Zema, que sequer oferece a as ferramentas adequadas aos trabalhadores para cumprir com as burocracias. É um completo desprezo às comunidades escolares que elegeram esses diretores – enfatiza.
Realidade é outra
Convivendo diariamente com a sobrecarga de trabalho, os educadores afirmam que cumprir com as exigências do estado não é tão simples quanto o governo tenta fazer parecer.
O cuidado com a escola, com os estudantes e com o processo pedagógico colocam aos trabalhadores em educação diversas tarefas cotidianas, o que impacta o ritmo do cumprimento de demandas burocráticas da Secretaria Estadual de Educação.
Além disso, os profissionais afirmam que é comum o sistema de registro da SEE apresentar falhas, o que dificulta que os professores consigam lançar notas e frequências dos estudantes no Diário Escolar Digital dentro do prazo.
– O motivo das exonerações foi exatamente esse. Os professores não tiveram condições de preencher o diário, por conta das inconsistências e oscilações do sistema. Nós estamos na luta e dando todo o apoio aos diretores, que são tratados pelo governo Zema como gerentes, são sobrecarregados de forma descomunal e não recebem a devida importância – conclui Denise.