As empresas da zona do euro cresceram no ritmo mais lento em seis meses em junho, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, mas a entrada de novas encomendas atingiu o ritmo mais rápido em mais de três anos, sugerindo que o crescimento vai acelerar na segunda metade do ano. A atividade na França, segunda maior economia do bloco, encolheu no ritmo mais rápido em quatro meses e mesmo na Alemanha, espinha dorsal da região, o ritmo de crescimento desacelerou.
O PMI Composto do Markit, com base em pesquisas junto a milhares de empresas na região e considerado como indicador de crescimento, ficou em linha com a leitura preliminar de 52,8, ante 53,5 em maio. O índice para o setor de serviços da zona do euro caiu a 52,8 contra 53,2, também também em linha com a leitura preliminar e acima da marca de 50 que divide crescimento de contração.
– À primeira vista, os resultados da pesquisa PMI de junho dão uma leitura sombria e levantam preocupações de que a recuperação da zona do euro já está perdendo força. Procure um pouco mais fundo, entretanto, e há motivos para otimismo. Com as novas encomendas aumentando no ritmo mais rápido em três anos, o ritmo de crescimento econômico deve também acelerar de novo conforme entramos na segunda metade do ano – disse Chris Williamson, economista-chefe do Markit.
O subíndice composto para as novas encomendas saltou para 53,1 de 52,6, leitura mais alta desde maio de 2011. Mas parte disso deveu-se ao fato de as empresas terem reduzido os preços novamente.
Varejo
Segundo outra pesquisa, realizada pela agência de estatísticas da UE, Eurostat, as vendas no varejo na zona do euro ficaram estagnadas em maio uma vez que os europeus evitaram gastar com alimentos, enquanto os números de abril foram revisados para baixo, um sinal de que o alto desemprego continua a afetar os planos de compras das famílias. As vendas nos 18 países que usam o euro não mostraram crescimento em maio na comparação com abril, informou a Eurostat, nesta quinta-feira, enquanto economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters esperavam ligeiro aumento de 0,2%.
Os gastos com alimentos, bebidas e tabaco caíram, compensados por um ligeiro aumento nas despesas com roupas, equipamentos elétricos e de computadores. A leitura de abril, anteriormente positiva, foi revisada pela Eurostat para mostrar queda de 0,2%.
Empregos
No outro lado do Atlântico Norte, o crescimento dos empregos saltou em junho e a taxa de desemprego caiu para 6,1%, perto de uma mínima em seis anos, na prática dissipando preocupações sobre a saúde da economia norte-americana e destacando seu ímpeto conforme entra na segunda metade de 2014. Foram criados 288 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho dos EUA, nesta quinta-feira. Os dados para abril e para maio foram revisados para mostrar um total de 29 mil empregos a mais criados do que o relatado anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters haviam previsto um ganho de 212 mil empregos em junho. Essa foi a primeira vez desde o boom de tecnologia, no final da década de 1990, que a criação de emprego cresceu a um ritmo acima de 200 mil vagas por cinco meses consecutivos.