O tratamento aos cerca de 1,1 milhão de muçulmanos rohingya se tornou a questão de direitos humanos mais contenciosa de Mianmar
Por Redação, com Reuters - de Yangon :
Militantes muçulmanos de Mianmar realizaram um ataque coordenado a 30 postos policiais e uma base do Exército no Estado de Rakhine nesta sexta-feira, e pelo menos 59 insurgentes e 12 membros das forças de segurança morreram, disseram o Exército e o governo.
Os combates, ainda em curso em algumas áreas, marcaram uma grande escalada em um conflito em ebulição no Estado do noroeste do país desde outubro; quando ataques semelhantes provocaram uma grande operação militar ofuscada por alegações de abusos graves de direitos humanos.
O Exército de Salvação Arakan Rohingya, um grupo antes conhecido como Harakah al-Yaqin que instigou os ataques de outubro; assumiu a autoria da ofensiva desencadeada no início da manhã; e avisou que outras virão.
O tratamento aos cerca de 1,1 milhão de muçulmanos rohingya se tornou a questão de direitos humanos mais contenciosa de Mianmar; país de maioria muçulmana que passa por uma transição depois de décadas de controle militar implacável.
A disputa parece ter dado ensejo a uma insurgência poderosa que vem crescendo. Dizem observadores.
Confrontos
Uma equipe de notícias filiada ao escritório da líder nacional, Aung San Suu Kyi, informou que um soldado; um agente de imigração, 10 policiais e 59 insurgentes morreram nos confrontos.
Os militantes também usaram bastões e espadas e destruíram pontes com explosivos. Disse o Exército.
Os rohingya não têm direito a cidadania e são vistos por muitos em Mianmar como imigrantes ilegais da vizinha Bangladesh. Apesar de reivindicarem raízes na região que remontam a séculos e cujas comunidades foram marginalizadas e vitimadas ocasionalmente pela violência comunitária.