Atletas universitários conciliam esporte com formação em áreas diversas

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Publicado Segunda, 21 de Agosto de 2017 às 10:46, por: CdB

A maior parte dos atletas brasileiros está matriculada em cursos mais diretamente relacionados à prática esportiva. Dos 188 atletas da delegação, 84 cursam educação física

Por Redação, com ABr - de Taipei:

Aprender a nadar foi um passo que veio junto com o gosto por animais para o nadador Vinícius Lanza, que faz parte da delegação brasileira na Universíade de Taipei. Para poder pescar com seu pai em uma fazenda no interior de Minas Gerais, ainda criança, a condição era que soubesse o que fazer caso caísse na água. Entre as pescarias e passeios a cavalo naqueles fins de semana, ele cultivou o interesse que o levou a cursar comportamento animal na universidade de Indiana, nos Estados Unidos, onde conseguiu uma bolsa por seu desempenho esportivo.

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O judoca Allan Kuwabara estuda neurociências e engenharia aeroespacial na UFABC

– Foi por meio da natação que consegui uma bolsa de estudos. Hoje, eu estudo e moro de graça nos Estados Unidos – conta ele, que luta para equilibrar o calendário entre competições e trabalhos acadêmicos: "A gente tenta se adiantar e usa fins de semana e qualquer hora que a gente tem para estudar".

Conciliar os estudos com o esporte de alto rendimento é uma das grandes dificuldades do esporte universitário. Vinícius faz parte de um grupo de alunos-atletas que optou por áreas do conhecimento bem distantes da atividade física. Ainda indeciso entre se especializar em zoologia ou veterinária, ele se desdobra entre atividades em laboratório e as piscinas e é o único aluno da delegação brasileira que buscou essa formação.

Curso diferente

A maior parte dos atletas brasileiros está matriculada em cursos mais diretamente relacionados à prática esportiva. Dos 188 atletas da delegação, 84 cursam educação física, 15 fazem fisioterapia e sete, nutrição. Os cursos de administração, com 20 alunos-atletas, e direito, com dez, também figuram no TOP 5. Fora dessas opções, a delegação brasileira tem estudantes de letras, ciência da computação, publicidade, turismo e outros cursos. O medalhista olímpico do taekwondo Maicon Andrade, por exemplo, cursa gastronomia.

Assim como o nadador Vinícius Lanza, o judoca Allan Kuwabara escolheu um curso diferente dos mais populares. Apesar de ser atleta, ele considera não ter afinidade com a educação física e cursa neurociências e engenharia aeroespacial na Universidade Federal do ABC, em São Paulo. Ele conta que o que pesou na decisão foi a flexibilidade da grade de horários; já que o judô é prioridade. Mesmo assim, ele acredita que as provas da universidade são mais difíceis de conciliar do que as do tatame.

Competições

– Tenho que remanejá-las com frequência devido aos eventos esportivos. Para as competições, não tenho essa opção. Tenho que estar pronto no dia determinado – diz ele, que também aponta o lado positivo das duas carreiras. "Tanto o esporte quanto os estudos me ajudam a aperfeiçoar constantemente minha concentração e foco. Além disso, me possibilitam ter um contato direto com diferentes perspectivas de vida".

Ter a graduação como uma alternativa também está nos planos da atleta do vôlei Mariana Barreto, que acredita que, ao fim da carreira esportiva, a formação acadêmica em comércio exterior poderá ser um caminho a seguir. Antes disso, o foco está nas quadras.

– Pretendo seguir no esporte após a faculdade. Ter um curso superior é uma garantia a mais.No esporte de alto rendimento, é preciso se dedicar totalmente à sua modalidade. É um trabalho como qualquer outro. O amor que tenho pelo esporte é enorme. Enquanto eu puder, seguirei praticando o voleibol.

A atleta chegou a ter educação física como primeira opção, mas escolheu o curso de comércio exterior na Universidade Paulista (Unip) para se aprofundar em uma área diferente do esporte. Para ela, o conhecimento sempre agrega.

– A educação física, para quem pratica esporte, na maioria das vezes será a primeira opção. Mas, adquirir conhecimento em outras áreas também é muito importante, não só para o esporte, mas para a vida.

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