Banco Central avalia o impacto da política de preços da Petrobras

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Publicado Quarta, 14 de Dezembro de 2016 às 14:20, por: CdB

"Parece que talvez estejamos caminhando para uma situação em que esse setor passe a se comportar como em outras economias. Nesses países, os preços dos combustíveis já flutuam com mais frequência". É o que afirma diretor do BC sobre a política de preços da Petrobras

 

Por Redação - de Brasília

 

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, afirmou nesta quarta-feira que a nova política de preços de combustíveis da Petrobras é positiva para a economia brasileira e "parece" que a visão de observar apenas os efeitos secundários dessas mudanças será uma saída.

— Aquela ideia de um núcleo, de querer olhar apenas para efeitos secundários dessas mudanças, parece que estamos entrando num ambiente com essas características. Mas, obviamente, ainda é recente essa mudança. E ainda é preciso acumular um pouco mais de evidências para poder ter uma conclusão mais confiável — afirmou o diretor durante evento em São Paulo.

carlos-viana.jpgCarlos Viana é diretor de Política Econômica do Banco Central. Ele avalia o impacto nas contas públicas da nova política de preços da Petrobras

Segundo ele, ainda é preciso entender mais a dinâmica da economia e da inflação diante da nova política de preços da Petrobras.

— Se você espera que os aumentos e as reduções tenham um componente temporário, não necessariamente vai ficar reajustando os preços. Então parece que talvez estejamos caminhando para uma situação em que esse setor passe a se comportar como em outras economias. Nestes países, os preços dos combustíveis já flutuam com mais frequência, mais natural — acrescentou.

Inflação

A Petrobras anunciou em 14 de outubro sua nova política de preços de combustíveis. Atende, assim, a uma reivindicação de mais transparência de investidores, e aponta parâmetros que serão levados em conta nas avaliações da companhia. A Petrobras deverá considerar eventual ajuste de preços pelo menos uma vez por mês. De lá para cá, já anunciou duas reduções de preços e uma elevação.

Viana também reforçou a mensagem já dada recentemente pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que as condições de expectativas de inflação sugerem que há mais espaço para flexibilização monetária e que as reformas fiscais são importantes para o Comitê de Política Monetária (Copom).

Segundo o diretor, a ancoragem das expectativas da inflação permitiu flexibilização monetária e levar em consideração o nível de atividade. O BC já deu início ao processo de afrouxamento monetário em meio à forte recessão enfrentada pela economia brasileira. Nas duas últimas reuniões do Copom, reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em cada uma, levando a Selic para 13,75% ao ano.

Fed

Agora, o mercado acredita que o BC vai acelerar o passo e reduzir a Selic em 0,5 ponto em janeiro. Segundo Viana, a leitura é que haverá movimento mais disseminado de desinflação no Brasil. E que a retomada da economia será mais demorada e gradual do que se antecipava.

Sobre o cenário externo, o diretor afirmou que a possível mudança na política econômica dos Estados Unidos. Principalmente, após a eleição de Donald Trump para presidente do país. Isso deve refletir na política do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano.

O Fed anuncia no final desta tarde o resultado da sua reunião de política monetária. Apresentará amplas expectativas de que elevará os juros pela primeira vez em um ano. O comunicado da decisão será importante porque poderá ter sinais sobre os próximos movimentos. Principalmente, diante de temores de que a política econômica de Trump possa ser inflacionária e pressionar o Fed a elevar mais os juros.

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