BC piora estimativa para déficit em transações correntes neste ano

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Publicado Segunda, 26 de Setembro de 2016 às 12:10, por: CdB

Mesmo assim, o resultado das transações correntes será, se confirmado, o melhor para o país desde 2007, quando houve superávit de US$ 408 milhões

Por Redação, com Reuters - de Brasília:

O Banco Central piorou nesta segunda-feira sua expectativa para o déficit em transações correntes do Brasil a US$ 18 bilhões em 2016, contra estimativa anterior de um saldo negativo em US$ 15 bilhões, na esteira de um real mais forte frente ao dólar, movimento que tem reflexos sobre o volume de importações e sobre as despesas dos brasileiros no exterior.

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Sede do Banco Central, em Brasília

– Temos taxa de câmbio em outro patamar, saindo de R$ 4 ( por dólar) e agora em R$ 3,20. Isso tem efeitos em diversas contas – afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Ele também chamou a atenção para melhores perspectivas para a atividade econômica, com o país mais perto de um cenário de estabilização.

Mesmo assim, o resultado das transações correntes será, se confirmado, o melhor para o país desde 2007, quando houve superávit de US$ 408 milhões, algo que já ocorreria com a expectativa anterior de déficit de US$ 15 bilhões. No ano passado, o rombo na conta corrente do país ficou em US$ 58,882 bilhões.

Transações correntes

A melhora nas transações correntes tem como pano de fundo um cenário de recessão econômica, que vem fazendo as importações comerciais caírem em ritmo muito mais forte que as exportações. Em sua revisão trimestral divulgada nesta segunda, contudo, o BC ajustou para baixo sua expectativa para o superávit da balança comercial a US$ 49 bilhões no ano, contra US$ 50 bilhões antes.

Em outra frente, o BC passou a ver despesas líquidas em viagens internacionais mais altas no ano, a US$ 7,5 bilhões, contra US$ 6 bilhões da estimativa anterior, feita em junho.

Em relação à remessa de lucros e dividendos, o BC segue vendo uma cifra de US$ 19 bilhões em 2016. Nesta segunda, também não alterou a projeção para o Investimento Direto no País (IDP), a US$ 70 bilhões.

Quanto menor o déficit em transações externas, menor é a necessidade de financiamento internacional para a economia, deixando o país menos exposto à volatilidade dos mercados.

Déficit

Em agosto, o déficit em transações correntes do Brasil foi de US$ 579 milhões, melhor resultado para o mês desde agosto de 2007 (superávit de US$ 1,233 bilhão). O dado também veio melhor que expectativa de um rombo de US$ 850 milhões apontado em pesquisa da agências inglesa de notícias Reuters.

Já os Investimentos Diretos no País (IDP) foram de US$ 7,208 bilhões no mês, acima da projeção de analistas de US$ 7 bilhões.

De janeiro a agosto, o déficit em transações correntes alcançou US$ 13,119 bilhões, muito menor que o saldo negativo de US$ 46,164 bilhões do mesmo período de 2015. Em 12 meses, o déficit foi a 1,46%  do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado das contas externas em agosto foi beneficiado pela balança comercial, que veio positiva em US$ 3,918 bilhões,  ante US$ 2,381 bilhão um ano antes.

Também foi favorecido por menos despesas líquidas em viagens internacionais US$ 690 milhões, ante US$ 827 milhões  em agosto de 2015).

Atuando em sentido contrário, as remessas de lucros e dividendos tiveram alta de 14,1 %  no mês, a US$ 1,767 bilhão.

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