Blair diz no Congresso americano que a guerra no Iraque foi justa

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Publicado Quinta, 17 de Julho de 2003 às 16:01, por: CdB

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, declarou, nesta quinta-feira, ao Congresso dos Estados Unidos que existiam motivos justos para a invasão do Iraque, e reiterou o compromisso assumido com o povo iraquiano de estabelecer um governo democrático.

Blair disse estar convencido de que houve motivos para depor o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e acrescentou que se tiverem errado, ainda assim terão "eliminado uma ameaça que era responsável por um massacre desumano".

O pronunciamento de Blair no Congresso americano foi feito em meio à polêmica desencadeada pelo falso relatório sobre a hipótese de o Iraque comprar urânio, mencionado pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu último discurso sobre o estado da União.

O discurso de Blair também foi proferido em meio ao crescente nervosismo pelos graves problemas das forças de ocupação anglo-americana do Iraque, gerados pela onda de violência e luta guerrilheira, embora o primeiro-ministro britânico não tenha feito menção específica a nenhum desses assuntos.

Blair disse aos legisladores que a operação militar no Iraque continuará "até que o trabalho tenha sido concluído", já que prometeram "um governo democrático ao Iraque e isso será cumprido".

O primeiro-ministro britânico elogiou a aliança entre a Europa e os Estados Unidos, mas preveniu contra as suspeitas em relação ao poder de Washington.

- Nunca houve um momento em que o poderio dos Estados Unidos tenha sido tão necessário e tão mal entendido - afirmou Blair, insistindo que a Europa deve trabalhar para eliminar o sentimento anti-americano.

Além disso, pediu a Washington que trabalhe para "basear sua associação com a Europa na persuasão e não do comando". Blair ressaltou que a força de Washington não deve gerar as suspeitas de outros países europeus, algo que, segundo ele, "só teria sentido na Europa do século XIX".

- O que precisamos não é de rivalidade, mas de trabalho conjunto - acrescentou, dizendo que, apesar de as diferenças entre os EUA e outros países não poderem ser ignoradas, também não devem ser exageradas.

O primeiro-ministro britânico aludiu também à necessidade de trabalhar com o restante da comunidade internacional para que o papel da ONU na mediação de conflitos seja mais eficaz, e defendeu um "novo mecanismo" de controle das armas nucleares.

Blair se referiu ainda ao processo de paz no Oriente Médio e afirmou que "o terrorismo na região não poderá ser derrotado sem que haja paz entre israelenses e palestinos".

O premier, que recebeu a Medalha de Ouro do Congresso em reconhecimento ao apoio à operação militar no Iraque, se reunirá depois com o presidente Bush e ambos concederão entrevista coletiva mais tarde.

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