Processo de extradição de Assange é ‘manipulado’, acusa Kristinn Hrafnsson

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Publicado Quarta, 15 de Maio de 2024 às 13:34, por: CdB

Assange enfrenta uma sentença de 175 anos de prisão por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA.


Por Redação, com CartaCapital - de Londres


O editor-chefe do Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, afirmou nesta quarta-feira que os processos judiciais britânicos relacionados à extradição de Julian Assange para os Estados Unidos são “corruptos” e “manipulados”, antes de uma audiência decisiva na segunda-feira sobre o caso.




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Julian Assange

A Justiça britânica decidirá na próxima segunda-feira se concede a Julian Assange uma última apelação no Reino Unido para evitar sua extradição para os Estados Unidos, caso o país não ofereça novas garantias sobre o tratamento que o fundador do Wikileaks receberia.


– Está muito claro que os processos nos tribunais do Reino Unido (contra Assange) são corruptos. O caso está manipulado contra Julian – afirmou Hrafnsson em uma coletiva de imprensa em Londres.


– Sei que estas são palavras duras que normalmente usamos para os tribunais de países não europeus, não de países ocidentais, mas cheguei à conclusão de que é absolutamente o caso. Isso é corrupção institucional, a nível judicial. Julian Assange é um prisioneiro político, está muito claro – acrescentou o islandês.


A Justiça britânica anunciará na segunda-feira se as garantias que os Estados Unidos eventualmente apresentarem são ou não satisfatórias.


Caso considere satisfatórias, a última opção de Assange seria o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH). Caso não as considere satisfatórias, Assange terá uma última apelação no Reino Unido.


Assange, de 52 anos, enfrenta nos Estados Unidos uma sentença de 175 anos de prisão por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, particularmente relacionadas ao Iraque e Afeganistão.


Uma das questões é determinar se Julian Assange poderia se beneficiar, em caso de extradição, da proteção da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão, lembrou Kristinn Hrafnsson.



Estados Unidos


No entanto, a resposta dos Estados Unidos foi dizer que ele poderia “tentar” fazê-lo, afirmou Hrafnsson, que acrescentou que “isso é um não”, portanto, a única “decisão racional” dos juízes seria considerar as garantias insuficientes, de acordo com o islandês.


– Qualquer outra coisa seria um escândalo legal – acrescentou.


Julian Assange espera estar presente na audiência, disse sua esposa Stella Assange, que acrescentou que sua saúde mental é motivo de “extrema preocupação” e que “sua sobrevivência está em jogo” diante do risco de suicídio.


Devido a esse risco, a Justiça britânica inicialmente se recusou em janeiro a aprovar a extradição do fundador do Wikileaks, antes de revogar essa primeira decisão em fevereiro.


Após essas duas etapas, a Justiça britânica solicitou em março garantias aos Estados Unidos sobre o tratamento que dariam a Assange.




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