Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Comboio médico que deixava Aleppo é alvo de tiros

Uma tentativa de retirada de pessoas necessitadas de cuidados médicos de áreas tomadas por rebeldes no leste de Aleppo foi interrompida nesta quinta-feira

Quinta, 15 de Dezembro de 2016 às 13:02, por: CdB

Os veículos tinham objetivo de deixar a área sob um acordo de retirada de pessoas de áreas rebeldes, após os rápidos avanços em Aleppo por parte de forças do governo

Por Redação, com Reuters - de Beirute:

Uma tentativa de retirada de pessoas necessitadas de cuidados médicos de áreas tomadas por rebeldes no leste de Aleppo foi interrompida nesta quinta-feira quando combatentes leais ao governo sírio atiraram contra o comboio, ferindo três pessoas, disse o chefe do serviço de ambulâncias.

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Motorista de ônibus aguarda para retirar pessoas de área rebelde na cidade síria de Aleppo

Os veículos tinham objetivo de deixar a área sob um acordo de retirada de pessoas de áreas rebeldes. Após os rápidos avanços em Aleppo por parte de forças do governo.

A desocupação do último enclave rebelde terminaria com anos de confrontos pela cidade. Marca uma grande vitória para o presidente sírio, Bashar Al-Assad.

– O comboio foi baleado por forças do regime e temos três feridos. Um deles da defesa civil. Eles foram levados de volta para áreas sitiadas – disse Ahmed Sweid, do serviço de ambulâncias, à Orient TV, pró-oposição.

Uma testemunha da Reuters em território próximo escutou tiros que duraram diversos minutos.

Uma autoridade com um grupo rebelde de Aleppo disse que o comboio médico parou antes de seguir para a parte sitiada no leste da cidade.

Uma autoridade síria disse à agência inglesa de notícias Reuters anteriormente nesta quinta-feira que esforços para organizar a saída de combatentes do leste de Aleppo teve início. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse ter recebido pedido de auxílio na desocupação.

Rússia

O comitê internacional da Cruz Vermelha diz ter sido contatado pela Síria para facilitar a operação. As informações são da Rádio França Internacional.

De acordo com a Organização Não Governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um primeiro comboio de feridos pode deixar a cidade. Um representante do grupo rebelde Frente Chamya disse que o cessar-fogo começou no início da madrugada.
Jornalistas confirmaram a pausa nos combates.

Segundo um comunicado do exército russo, que apoia o regime sírio, os rebeldes que se renderam e suas famílias estão sendo levadas para a cidade de Idlib. Através de um “corredor especial”. Foram mobilizados 20 ônibus e 10 ambulâncias.

O texto garante que as autoridades sírias garantem a segurança de todos os combatentes que decidiram deixar o leste de Aleppo. Os últimos integrantes da oposição foram retirados no início desta manhã.

Os civis feridos nos combates deverão ser evacuados pelo sul da cidade. Na quarta-feira, uma iniciativa parecida fracassou. Apesar de um acordo entre os russos, que apoiam Bashar al-Assad, e a Turquia, do lado rebelde.

O ministério russo afirmou que utilizará drones para supervisionar a evacuação de combatentes e civis. O novo cessar-fogo foi anunciado pelo Hezbollah, movimento xiita libanês que combate ao lado das forças governamentais sírias. Que estão perto de reconquistar completamente a segunda cidade mais importante do país, completamente destruída, onde a situação humanitária é caótica.

Vitória do regime sírio

A retomada de Aleppo, depois de uma série de bombardeios, é a maior vitória do poder sírio contra a rebelião iniciada em março de 2011,na Primavera Árabe. Mais de 300 mil pessoas já morreram nos combates, segundo a Organização das Nações Unidas.

Na quarta-feira. Os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladirmir Putin e Recep Tayyip Erdogan, conversaram por telefone. Os dois afirmaram que as violações ao cessar-fogo deveriam acabar e que a "retomada da retirada de civis e rebeldes deveria acontecer o mais rápido possível".

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