Rio de Janeiro, 28 de Dezembro de 2025

Constituintes da Venezuela se reúnem para iniciar os trabalhos

Os representantes da Assembleia Constituinte da Venezuela tomaram posse e se reuniram pela primeira vez nesta sexta-feira, após a votação para a escolha

Sexta, 04 de Agosto de 2017 às 12:45, por: CdB

Em sua primeira decisão, a ex-ministra das Relações Exteriores Delcy Rodríguez foi eleita como presidente da Assembleia Constituinte

Por Redação, com agências internacionais - de Caracas:

Os representantes da Assembleia Constituinte da Venezuela tomaram posse e se reuniram pela primeira vez nesta sexta-feira, após a votação para a escolha dos integrantes do órgão no último domingo. Em sua primeira decisão, a ex-ministra das Relações Exteriores Delcy Rodríguez foi eleita como presidente da Assembleia Constituinte.

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Os representantes da Assembleia Constituinte da Venezuela tomaram posse nesta sexta-feira

A nomeação foi feita pelo líder do partido socialista, Diosdado Cabello, e aprovada unanimemente pelos 545 delegados. Rodríguez é um nome entre os aliados próximos do presidente Nicolás Maduro que deixaram seus cargos para participar da Assembleia Constituinte, que terá amplos poderes para reformar instituições.

Porém a oposição não reconhece a eleição do último domingo e afirma que a Constituinte foi lançada por Maduro apenas para retirar poder da Assembleia Nacional, dominada pelos oposicionistas, e para perseguir quem é contra o governo.

Ledezma volta à prisão domiciliar

O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, um dos principais opositores do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, retornou à prisão domiciliar. Disse nesta sexta-feira a mulher do político, Mitzy Capriles. Ele havia sido detido há três dias, e seu paradeiro era desconhecido.

– Informo ao país que há alguns minutos, surpreendentemente, o Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência) trouxe Antonio à nossa residência. Ele retorna à prisão domiciliar", escreveu Capriles no perfil do marido no Twitter. Ela ainda agradeceu ao povo venezuelano e à comunidade internacional pela "preocupação e grande solidariedade – demonstradas.

Segundo Capriles, ao entrar no apartamento, Ledezma disse que retornava à residência "com a angústia de saber que Leopoldo e mais de 600 presos políticos continuam atrás das grades".

A declaração se referia ao líder opositor Leopoldo López. Na madrugada da última terça-feira, Ledezma e López foram detidos pelo Sebin. Eles foram levados para um local desconhecido, sob ordem do Tribunal Supremo de Justiça. Ambos se encontravam em prisão domiciliar.

Na noite desta quarta-feira, Capriles escreveu no Twitter que a família já estava há 65 horas sem saber do paradeiro de Ledezma. "Em Ramo Verde (prisão militar); onde ele supostamente estaria, não aceitaram a comida e os lençóis que levamos". Afirmou a mulher do opositor na ocasião.

Ledezma e López estão entre os políticos de oposição mais conhecidos da Venezuela. No fim de semana antes da detenção, eles haviam apelado à população para que boicotasse a eleição da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro e marcada pela violência.

A detenção

A detenção deles suscitou críticas internacionais. Os Estados Unidos expressaram preocupação com as prisões e anunciaram sanções a Maduro. A União Europeia e as Nações Unidas condenaram a ação das autoridades venezuelanas, que justificaram as detenções por "risco de fuga".

Ledezma está preso há dois anos e meio. Ele passou meses detido numa prisão militar. Por motivos de saúde, obteve a permissão de passar para a prisão domiciliar em fevereiro de 2016.

Já López ficou detido na mesma prisão durante quase três anos. Segundo a família, advogados e membros de oposição, ele teria sido torturado várias vezes. Em 8 de julho, passou a cumprir prisão domiciliar, autorizada pelo Tribunal Supremo de Justiça.

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