Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

Crise econômica degrada economia e falta de dinheiro derruba os preços

Devido à crise, os gastos com transportes tiveram queda na inflação medida pelo ICP-S de 0,85% para 0,71%, influenciados pelo preço da gasolina que teve redução de 1,92% para 1,50%

Quarta, 16 de Novembro de 2016 às 13:31, por: CdB

Devido à crise, os gastos com transportes tiveram queda na inflação medida pelo ICP-S de 0,85% para 0,71%, influenciados pelo preço da gasolina que teve redução de 1,92% para 1,50%

Por Redação - de São Paulo

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve queda e ficou em 0,35% na semana de 15 de novembro. O resultado divulgado nesta quarta-feira, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indicou que houve redução de 0,04 ponto percentual em relação ao 0,39% registrado na semana anterior. A queda nos preços, segundo economistas ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, tem sido pressionada pela crise econômica.

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Os combustíveis, pelo segundo mês consecutivo, teve influência significativa nas despesas das famílias

Houve redução da velocidade do aumento de preços em quatro das oito categorias que compõe o índice. Habitação teve a maior queda, de 0,41% na semana anterior para 0,32% agora. A diminuição nessa classe foi impulsionada pelo item taxa de água e esgoto residencial, que caiu de 1,30% para 0,83%.

Inflação

Devido à crise, os gastos com transportes tiveram queda na inflação medida pelo ICP-S de 0,85% para 0,71%, influenciados pelo preço da gasolina que teve redução de 1,92% para 1,50%. A diminuição de 1,41% para 0,35% do item pacotes de telefonia fixa e internet foi um dos fatores que levou à queda na categoria comunicação, de 0,85% para 0,56%.

A classe da alimentação teve diminuição no índice de 0,06% para 0,03%, com destaque para o comportamento dos preços das carnes bovinas, que saíram de 2,88% para 2,07%. No mês, o feijão carioca acumula queda de -13,36% e o leite longa vida de -11,62%.

O grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,49% para 0,58%, puxado pelo aumento do item higiene e cuidado pessoal, de 0,28% para 0,69%. Educação, leitura e recreação subiu de 0,27% para 0,33%, sob influência da alta de -0,08% para 1,20% dos gastos com shows musicais. Roupas, com elevação de 0,14% para 0,51%, e cigarros (-0,55% para -0,24%) influenciaram o aumento da categoria despesas diversas. Subiu de 0,05% para 0,17%.

Dólar cai

O dólar recuava, nesta tarde, frente ao real, com o mercado de olho na ação do Banco Central. A autoridade monetária passou a comprar a moeda norte-americana, para tentar conter a volatilidade do câmbio. A vitória de Donald Trump na corrida presidencial nos EUA tem levado investidores a se desfazer de posições em países emergentes.

O movimento de queda no mercado brasileiro vinha mesmo com a alta do dólar frente a outras moedas emergentes. Às 12:16, o dólar cedia 0,95%, a R$ 3,4080 na venda, depois de acumular alta de 8,63% nos últimos quatro pregões. O dólar futuro registrava queda de cerca de 0,80%.

— O BC previu uma volta volátil do feriado e por isso o leilão de novos contratos de swap tradicional — avaliou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Nesta manhã, o dólar subia ante moedas emergentes como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno. O índice do dólar diante uma cesta de moedas atingiu nesta manhã a máxima em 14 anos.

Intervenção

Na noite de segunda-feira, o BC anunciou intervenção maior do mercado de câmbio para este pregão. Na véspera, esteve fechado pelo feriado da Proclamação da República. O BC vendeu todos os 10 mil novos swap cambial tradicional ofertados, equivalentes à venda futura de dólares. Também colocou todos os 20 mil contratos para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.

A ação do BC veio em conjunto com a do Tesouro Nacional. Suspendeu os leilões de venda de LTN e NTN-F desta semana. Em seguida, anunciou leilões diários de compra de Notas do Tesouro, Série F (NTN-F), devido à volatilidade dos mercados.

A atuação coordenada veio após a forte volatilidade nos mercados financeiros. Os investidores tem andado temerosos quanto à política econômica de Trump. Acreditam que seja inflacionária e, assim, obrigue o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar mais os juros. A maior economia do mundo tem potencial para atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.

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