Ônibus são incendiados, e delegacias de polícia são alvo de tiros na capital potiguar. Polícia investiga se atos têm relação com rebelião em Alcaçuz e guerra de facções. Novo motim em cidade próxima deixa um morto
Por Redação, com DW - de Brasília:
Uma onda de ataques teve início no Rio Grande do Norte, quando pelo menos 11 ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo, cinco viaturas da polícia, duas delegacias e um prédio de uma secretaria de Saúde foram alvo de atos criminosos. No mesmo dia, outro motim deixou um morto e sete feridos em um presídio de Caicó, a cerca de 250 quilômetros da capital.
A polícia investiga se os eventos têm alguma relação com a recente rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. Já que a maior parte dos ataques aconteceu no mesmo momento em que o Batalhão de Choque da PM fazia a transferência de 220 presos da prisão de Alcaçuz para outro presídio do Estado. A remoção acontece depois que o complexo foi palco de uma rebelião que deixou 26 mortos no fim de semana, 15 deles decapitados.
Durante à tarde de quarta-feira, pelo menos duas delegacias foram alvejadas em Natal. Diversos veículos foram incendiados na capital e nas cidades de Macau, Parnamirim e Caicó.
Diante da situação nas ruas, a frota de ônibus da capital potiguar foi recolhida. A prefeitura determinou que táxis e outros veículos credenciados façam o serviço de lotação para suprir a demanda. Até o momento, não houve informação sobre feridos.
Rebelião no presídio
Também na quarta-feira. Detentos da Penitenciária Estadual do Seridó, em Caicó, iniciaram uma rebelião no presídio. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária. Um detento foi morto e sete ficaram feridos. Pela noite, presos depredavam a estrutura dos pavilhões e queimavam colchões. De acordo com o órgão, a situação já foi controlada.
Conforme informações do jornal O Globo, o governo do RN decidiu negociar com o PCC para tentar retomar o controle da penitenciária de Alcaçuz. Para isso, uma delegada da Polícia Civil e um oficial da Polícia Militar teriam sido designados para conversar com criminosos. Com o objetivo de evitar novo confronto com o Sindicato do RN. Bando local rival da facção paulista.