Rio de Janeiro, 20 de Dezembro de 2025

Defesa de suspeito de ataques na França abandona o caso

Os advogados do único suspeito vivo dos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, Salah Abdeslam, anunciaram nesta quarta-feira que vão abandonar o caso

Quarta, 12 de Outubro de 2016 às 08:15, por: CdB

Motivo alegado por advogados de Salah Abdeslam é decisão do cliente de se manter em silêncio. Ele é o único suspeito vivo dos atentados de 13 de novembro de 2015 na capital francesa

Por Redação, com DW - de Paris:

Os advogados do único suspeito vivo dos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, Salah Abdeslam, anunciaram nesta quarta-feira que vão abandonar o caso. O belga Sven Mary e o francês Frank Berton disseram que Abdeslam não colabora mais com a defesa, após decidir permanecer em silêncio em protesto contra a instalação de uma câmera que o vigia durante 24 horas em sua cela de prisão.
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Autoridades ainda não conseguiram determinar o papel de Abdeslam nos ataques em Paris
– Não achamos que ele vai falar, mas que vai usar o seu direito de permanecer em silêncio – disse Berton. Segundo ele, os dois advogados teriam afirmado desde o início que se o cliente ficasse calado eles abandonariam a defesa. Berton criticou a "decisão política" de colocar Abdelsam sob esse tipo de vigilância, dizendo que pode levar alguém à loucura. O francês lamentou o que chamou de um "imenso desperdício".

Ataques

Mary lamentou que as idas a prisão para ver Abdeslam parecem inefetivas, como "visitas sociais". "As verdadeiras vítimas disso tudo são as vítimas dos ataques em Paris. Elas têm o direito de saber a verdade e tentar entender o incompreensível”, observou o belga. Após meses em fuga, Abdeslam foi detido em 18 de março no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, e transferido no dia 27 de abril para França, onde responde por acusações de terrorismo. Os investigadores ainda não conseguiram determinar o papel de Abdeslam nos ataques a bares, restaurantes, à sala de concertos Bataclan e ao Stade de France na capital francesa, que deixaram 130 mortos. O suspeito está detido em isolamento numa prisão no sul de Paris.
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