O movimento vinha mesmo após o Banco Central manter sua forte atuação no mercado de câmbio, após as recentes altas do dólar sobre o real. Às 12:16, o dólar recuava 0,32%, a R$ 3,4106 na venda, após ter recuado 0,56% na véspera
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O dólar passou a oscilar entre pequenas quedas e altas ante o real nesta quinta-feira, após a chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, e fortes indicadores econômicos reforçarem as apostas de que os juros vão subir em breve na maior economia do mundo.
O movimento vinha mesmo após o Banco Central manter sua forte atuação no mercado de câmbio, após as recentes altas do dólar sobre o real. Às 12:16, o dólar recuava 0,32%, a R$ 3,4106 na venda, após ter recuado 0,56% na véspera. O dólar futuro registrava baixa de cerca de 0,65%. Na mínima do dia, chegou a R$ 3,3876 e, na máxima, a R$ 3,4290.
Pegou pesado
— A Yellen e, depois, os indicadores fizeram os Treasuries subirem e levaram a uma reprecificação dos ativos. O dólar ainda conseguiu sustentar mais tempo a baixa. Isso porque o BC está agindo certinho — comentou um operador-sênior de uma corretora nacional.
As apostas de alta de juros nos EUA foram reforçadas com a divulgação de que a inflação no país foi a maior em seis meses em outubro. O início de construções de novas moradias também saltou 25,5% no mês passado. O Treasury de dez anos, que caía mais cedo, passou a subir.
Pela manhã, o dólar chegou a marcar 1% de queda frente ao real influenciado pelos leilões de swap tradicional. A manobra equivalente à venda futura de dólares, pelo BC.
— O BC entrou pesado nesta quarta-feira e avisou que repetiria o movimento no atual pregão — comentou o operador da Ouro Minas Corretora, Maurício Gaioti.
Mercado brasileiro
E completou ao justificar o movimento acima das mínimas ao longo da manhã:
— Mas o mercado está respeitando o nível de R$ 3,40 e, quando vai abaixo, atrai compradores.
O BC vendeu nesta manhã todos os 10 mil novos contratos de swap tradicional e também todos os 20 mil para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.
Entre os dias 9 e 14 deste mês, o dólar saltou quase 9% sobre o real com forte onda de aversão ao risco após a eleição de Trump. Investidores acreditam que a sua política econômica pode ser inflacionária. Isso pressionaria o Fed a elevar ainda mais os juros. O movimento aumenta a possibilidade de atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.