Presidente dos EUA responsabiliza líder venezuelano pela segurança dos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, presos após as eleições para a Assembleia Constituinte. Washington estuda novas sanções
Por Redação, com DW - de Washington:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou o líder venezuelano, Nicolás Maduro, pela integridade física dos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, presos pelo regime após as controversas eleições da Assembleia Nacional Constituinte.
– Os Estados Unidos condenam as ações da ditadura de Maduro. López e Ledezma são presos políticos retidos ilegalmente pelo regime – disse Trump em comunicado.
– Os Estados Unidos responsabilizam Maduro, que anunciou horas antes que agiria contra a oposição, pela saúde e pela segurança de López, Ledezma e de quaisquer outros detidos. Reiteramos o nosso pedido pela liberdade imediata e incondicional de todos os presos políticos – diz a nota de Trump.
López e Ledezma, que estavam sob prisão domiciliar, foram presos na madrugada de terça-feira por, supostamente, planejarem um plano de fuga. De acordo com informações do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. Segundo o órgão, ambos violaram os termos de suas prisões domiciliares ao fazerem declarações políticas.
Prisão domiciliar
Ledezma passou dois meses num presídio militar antes que lhe fosse concedido o regime de prisão domiciliar por motivos de saúde. Quase dois anos e meio após ser preso, o opositor ainda não foi condenado.
López ficou detido na mesma prisão durante quase três anos. Onde, segundo seus advogados e membros de oposição, ele teria sido torturado várias vezes. O opositor estava sob prisão domiciliar desde o dia 8 de julho. Ele foi condenado a quase 14 anos de prisão, acusado de incitar a violência durante as manifestações de 2014 contra o governo, nas quais 43 pessoas morreram.
A declaração de Trump foi divulgada um dia após Washington impor sanções contra Maduro. Incluem o congelamento de seus ativos sob jurisdição dos EUA e a proibição a cidadãos norte-americanos de fazerem negócios com ele.
A medida foi tomada no dia seguinte às eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Consideradas fraudulentas pelos EUA e por diversos outros governos na América Latina e na Europa, que afirmaram não reconhecer o resultado da votação.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano incluiu Maduro na lista principal de líderes sancionados pelos EUA. Como o presidentes da Síria, Bashar al-Assad, do Zimbábue, Robert Mugabe, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Sanções comerciais
Washington também considera impor sanções comerciais contra a indústria petrolífera venezuelana. Segundo informações divulgadas pelo jornal norte-americano The New York Times, citando fontes oficiais anônimas. A Venezuela fornece em torno de 10% do petróleo importado pelos EUA.
Apesar de ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo. O país foi fortemente abalado pelos efeitos da queda nos preços dos barris no mercado mundial em 2014. O que agravou ainda mais a crise econômica. A Venezuela sofre com inflação alta e escassez de alimentos e medicamentos.