Fala de Donald Trump sobre Charlottesville volta a gerar indignação

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Publicado Quarta, 16 de Agosto de 2017 às 07:07, por: CdB

Um dia após criticar supremacistas brancos envolvidos na manifestação, presidente norte-americano relativizou episódio, culpando "ambos os lados" pela violência. Democratas e republicanos se apressaram em criticar

Por Redação, com DW - de Washington:

O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a causar indignação ao atribuir culpa aos dois lados pela violência ocorrida no fim de semana em Charlottesville, Virgínia, onde supremacistas brancos entraram em confronto com uma marcha antirracismo.

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Donald Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca

Trump vem recebendo uma avalanche de críticas – de democratas, republicanos e políticos estrangeiros – por evitar responsabilizar diretamente os movimentos racistas pela violência do último sábado, que terminou com dezenas de feridos e um morto.

As críticas começaram já no sábado, quando Trump culpou "muitos lados" pela violência. Pressionado, na segunda-feira ele condenou explicitamente os neonazistas, repetindo o que fizera sua filha e conselheira, Ivanka, dias antes. Agora, ele voltou ao tom inicial, o que gerou protestos novamente.

– A supremacia branca é repulsiva. Essa intolerância vai contra tudo que esse país defende. Não pode haver ambiguidade moral – escreveu no Twitter o presidente da Câmara dos Representantes, o deputado republicano Paul Ryan.

O senador republicano Marco Rubio, da Flórida, dirigiu-se a Trump em uma série de seis tuítes: não se pode permitir, argumentou, que supremacistas brancos fiquem com apenas parte da culpa, se eles pregam uma ideologia que "custou muita dor ao mundo".

Bob Casey

O senador democrata Bob Casey, da Pensilvânia, também negou que houvesse mais de um lado, referindo-se a Charlottesville como um "ataque terrorista". O ex-vice-presidente Joe Biden, por sua vez, se limitou a uma frase: "Existe apenas um lado."

O veterano e ex-candidato presidencial John McCain rejeitou a fala de Trump no mesmo tom: "Não há equivalência moral entre racistas e norte-americanos que se levantam para desafiar o ódio e a intolerância", escreveu no Twitter.

Sem mencionar Trump, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o racismo e a xenofobia sejam combatidos. O governo alemão, por meio do ministro da Justiça Heiko Maas, classificou as declarações de "inaceitáveis."

As palavras de Trump

As palavras de Trump foram bem recebidas pela extrema direita norte-americana. O histórico dirigente do Ku Klux Klan David Duke enalteceu o presidente por "dizer a verdade" sobre o ocorrido em Charlottesville e condenar os "terroristas" de esquerda.

Trump criticou os líderes empresariais que renunciaram a um conselho consultivo presidencial em protesto à sua reação. Três abandonaram o grupo de trabalho na segunda-feira e, na terça, Scott Paul, presidente da Aliança Americana de Manufaturas, disse no Twitter que também estava renunciando à iniciativa.

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