Rio de Janeiro, 19 de Dezembro de 2025

Itália: diretor de cinema Ettore Scola morre aos 84 anos

O diretor italiano Ettore Scola, cujos filmes, alguns nomeados ao Oscar, fizeram uma crônica das dores crescentes, divisões de classe e idealismos

Quarta, 20 de Janeiro de 2016 às 12:34, por: CdB

 

Scola morreu em um hospital de Roma na noite de terça-feira, após ter ficado em coma vários dias

Por Redação, com Reuters - de Roma: O diretor italiano Ettore Scola, cujos filmes, alguns nomeados ao Oscar, fizeram uma crônica das dores crescentes, divisões de classe e idealismos frustrados do século XX na Itália, morreu aos 84 anos, informou sua família. Scola morreu em um hospital de Roma na noite de terça-feira, após ter ficado em coma vários dias. Nascido em uma pequena cidade no sul da Itália, ele dirigiu alguns dos maiores atores e atrizes do mundo, incluindo Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Fanny Ardant e Jack Lemmon. Um de seus longas mais aclamados foi Um Dia Muito Especial, de 1977, que conta a história de um encontro casual de poucas horas entre Mastroianni, no papel de um homossexual prestes a ser deportado pelos fascistas, e Sophia Loren, como uma dona de casa sentimental e reprimida casada com um radical seguidor do ditador Benito Mussolini.
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Scola, durante festival de Veneza
O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, e Mastroianni foi indicado a melhor ator. – Ele foi um mestre incrível e preciso em interpretar a Itália, sua sociedade e suas transformações – disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em homenagem ao diretor. Scola, que começou a trabalhar como roteirista em 1953 e dirigiu seu primeiro longa, Fala-se de Mulheres, em 1964, foi aluno de Vittoria De Sica, e seu filme Nós que nos Amávamos Tanto, de 1974, foi uma homenagem ao diretor neorrealista, que morreu naquele ano. Apesar de nenhum dos filmes de Scola ter vencido o Oscar, eles receberam muitos prêmios em festivais europeus tais como Cannes e Berlim, e Um Dia Muito Especial recebeu o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.   Scola se aposentou em 2011, dizendo que estava velho demais para lidar com a burocracia envolvida na produção de filmes na Itália. – Minha experiência no mundo da produção de filmes não é o que costumava ser: fácil e feliz. Há exigências de produção e distribuição com as quais não posso mais me identificar, disse ao jornal Il Tempo. Mas ele voltou a trabalhar dois anos depois, filmando Que Estranho Chamar-se Federico, um documentário sobre seu amigo e mentor, o diretor Federico Fellino, que morreu em 1993.  
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