Jair Bolsonaro será incluído em inquérito no STF, preveem ministros

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Publicado Quarta, 22 de Abril de 2020 às 14:38, por: CdB

Estes magistrados acreditam que a participação do presidente ou de seu círculo familiar na organização dos atos golpistas é um fato que Polícia Federal (PF) poderá ser facilmente comprovado, uma vez analisadas as provas constantes na ação pública.

Por Redação - de Brasília
Embora o procurador-geral da República, Augusto Aras, não tenha incluído o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no pedido de abertura do inquérito que irá apurar a materialidade dos atos públicos que ameaçam a democracia brasileira, tanto o mandatário quanto os seus familiares tendem a figurar no processo, admitem ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que, nesta quarta-feira, falaram à reportagem do Correio do Brasil e a outros veículos de imprensa, sob a condição de anonimato.
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Estes magistrados acreditam que a participação do presidente ou de seu círculo familiar na organização dos atos golpistas é um fato que Polícia Federal (PF) poderá ser facilmente comprovado, uma vez analisadas as provas constantes na ação pública. O fato explica, em parte, o estado de extrema irritação do presidente nos últimos dias, desde que falou aos manifestantes que pediam a volta da ditadura. Nesta manhã, Bolsonaro voltou a atacar a imprensa ao afirmar que a mídia “inventa tudo”. — Eu não vou falar com a imprensa. O que eu li hoje inventam tudo. Então pode continuar inventando aí — disse, sem explicar o porquê de tanta irritação.

Irritação

Ainda segundo o mandatário neofascista, a imprensa é “canalha”. — Tenho um parente meu que é lotérico. Em uma cidade pequenininha. Toda vez que eu falo em lotérica, essa imprensa canalha diz que eu estou fazendo pelo meu parente. Não tem nada a ver com isso — disse Bolsonaro em referência ao irmão Ângelo, proprietário de uma lotérica em Eldorado, no interior de São Paulo. A fragilidade do caráter de Bolsonaro tem sido alvo de constantes críticas na mídia, tanto no Brasil quanto no exterior. Na sua edição desta quarta-feira, o vetusto diário francês Le Figaro repercutiu a ida de Bolsonaro à mobilizações pela volta do Ato Institucional número 5 (AI-5) e afirma que 'essa ditadura nostálgica já mostrou sintomas graves, mas aumentou a febre no Brasil nos últimos dias’. Exército Segundo o jornal, “este ataque controla as instituições democráticas do país, como provoca o mal-estar dos presentes genéricos, em nome de postes de dinheiro”. O ato que teve a presença de Bolsonaro aconteceu no domingo. Pedia tanto intervenção militar como um novo AI-5. A ala militar do governo ficou insatisfeita com a atitude dele. Bolsonaro convidou para acompanhá-lo os ministros da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, que recusaram o sob o argumento de que a presença deles sugeriria que o Exército estaria a favor da manifestação.
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