Japão alerta sobre nova fase de ameaça da Coreia do Norte

Arquivado em:
Publicado Terça, 08 de Agosto de 2017 às 07:41, por: CdB

Em relatório, governo japonês afirma ser possível que Pyongyang já tenha alcançado a miniaturização de armas nucleares, o que elevaria o risco a um novo patamar

Por Redação, com DW - de Tóquio:

Após novos testes realizados pela Coreia do Norte, o governo japonês alertou nesta terça-feira que os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang entraram numa nova fase.

japao-2.jpg
Japão alerta sobre nova fase da ameaça norte-coreana

A afirmação foi feita num relatório anual do Ministério da Defesa do Japão, divulgado dias depois de a Coreia do Norte realizar seus dois primeiros testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais, em 3 e 27 de julho.

– É concebível que o programa de armas nucleares da Coreia do Norte já tenha avançado consideravelmente. É possível que o país já tenha alcançado a miniaturização de armas nucleares e adquirido novas ogivas nucleares – diz o relatório do governo japonês.

– Desde o ano passado, quando o país forçosamente implementou dois testes nucleares e mais de 20 lançamentos de mísseis balísticos, as ameaças de segurança entraram numa nova fase – afirma o documento, de 563 páginas.

O mais recente dos testes com míssil intercontinental, no fim de julho; demonstrou que Pyongyang pode ser capaz de atingir a maior parte da porção continental dos Estados Unidos, afirmaram analistas. Incluindo cidades como Chicago e Los Angeles.

De acordo com o Ministério da Defesa japonês; o projétil voou durante 45 minutos antes de cair em águas da Zona Econômica Especial do Japão; a oeste da ilha de Hokkaido. 

Em reação aos recentes disparos de mísseis intercontinentais; o Conselho de Segurança da ONU aprovou no último sábado novas sanções à Coreia do Norte. O sétimo conjunto de medidas restritivas das Nações Unidas impostas desde que Pyongyang executou seu primeiro teste nuclear, em 2006. 

Na segunda-feira, a Coreia do Norte condenou as novas sanções, advertiu que continuará desenvolvendo seu programa nuclear. Também ameaçou com represálias os Estados Unidos caso mantenham sua política "hostil" contra Pyongyang.

Mudança de postura?

A ameaça crescente fez com que alguns municípios japoneses realizassem exercícios de evacuação em caso de um possível ataque a míssil. Impulsionou a demanda por abrigos nucleares.

Diante dos testes norte-coreanos, um grupo de legisladores liderados por Itsunori Onodera, que se tornou ministro da Defesa na semana passada, pediu em março ao primeiro-ministro Shinzo Abe que considerasse adquirir a capacidade de atingir bases inimigas.

Se isso se concretizasse, se trataria de uma mudança drástica na postura de defesa do Japão. Baseada na Constituição pacifista elaborada após a Segunda Guerra Mundial. Até o momento, o país vem evitando adquirir bombardeiros ou mísseis capazes de atingir outros países.

Na última sexta-feira, o recém-empossado ministro da Defesa sugeriu que o Japão pode precisar adquirir tal capacidade ofensiva. "Acho que devemos considerar isso do ponto de vista do que deveríamos fazer para fortalecer a capacidade de dissuasão da aliança Japão-EUA."

No relatório divulgado nesta terça-feira. O Ministério da Defesa japonês também manifestou preocupação com o "comportamento ameaçador" da China no Mar da China Oriental e no Mar do Sul da China.

– Há a possibilidade de que as atividades navais chinesas, assim como as da Força Aérea, ganhem ritmo no Mar do Japão a partir de agora. Precisamos vigiar de perto as atividades da Marinha chinesa – disse o ministério japonês.

Os laços entre Pequim e Tóquio vem há muito tempo. Sendo afetados por uma disputa territorial por um grupo de pequenas e inabitadas ilhas no Mar da China Oriental. O ministro do Exterior chinês, Wang Yi, rechaçou as preocupações do governo japonês.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo