Contratos de obras firmadas junto a prefeituras e ao governo do Estado de São Paulo, analisados pelas equipes técnicas da operação policial, demonstram irregularidades que constam em novas delações premiadas
Por Redação - de São Paulo
À medida que as delações premiadas de executivos da empreiteira Camargo Corrêa são avaliadas pela equipe da Operação lava Jato, mais perto chegam dos crimes cometidos por integrantes das administrações tocadas por integrantes do PSDB. Principalmente, no Estado de São Paulo, o maior ninho de tucanos no país.
Contratos de obras firmadas junto a prefeituras e ao governo do Estado de São Paulo, analisados pelas equipes técnicas da operação policial, demonstram irregularidades que, agora, diante do novo acordo de delação de 77 ex-executivos e executivos da construtora, começam a formar o quadro da corrupção naquele Estado. Muitas das obras suspeitas não foram citadas em delações anteriores.
Obras de Serra
As novas delações podem ligar as investigações da Lava Jato às que foram realizadas em 2009, na Operação Castelo de Areia. Nesta última, foram identificado irregularidades em 12 obras no Estado de São Paulo. Muitas delas realizadas ao longo das gestões de José Serra, hoje senador e ocupante do Ministério das Relações Exteriores. A Castelo de Areia, por razões técnicas, foi invalidada pela Justiça, mas agora poderá ser retomada. Dentre as obras suspeitas estão Rodoanel, o túnel da Avenida Jornalista Roberto Marinho e a expansão do metrô.
Pesam, ainda, suspeitas de irregularidades em contratos com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), de Campinas. Assim como na prefeitura de Jundiaí, entre outras obras nos metrôs do Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador.
Delação
Outro ponto de inflexão dos tucanos passa por Curitiba, onde o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está preso, há 90 dias. Para observadores próximos ao presidiário, o tempo na cadeia parece pesar na decisão de uma possível delação, como o Correio do Brasil adiantou, em meados do ano passado.
Cunha estaria mais perto do que nunca de fechar um acordo de delação premiada com as autoridades. Apesar de ainda não confirmar que vai colaborar, pessoas próximas ao peemedebista avaliam que os três meses preso o tornaram mais maleável.