Lava Jato: PF investiga esquema de superfaturamento em obra do rio São Francisco

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Publicado Sexta, 11 de Dezembro de 2015 às 08:35, por: CdB

A Lava Jato investiga empresários que teriam utilizado companhias de fechada para o desvio de verbas públicas

Por Redação, com agências - de Brasília: A Polícia Federal lançou nesta sexta-feira operação que investiga superfaturamento nas obras de transposição do rio São Francisco, em um esquema que teria desviado R$ 200 milhões por meio de empresas de um doleiro e um lobista já investigados na Lava Jato, informou a PF. A operação investiga empresários que teriam utilizado companhias de fechada para o desvio de verbas públicas. Segundo a Agência Brasil, os envolvidos no esquema de corrupção fariam parte do consórcio formado por OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa. – As investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e um lobista investigados na operação Lava Jato – informou a PF em nota. De acordo com reportagens, os acusados são Alberto Youssef e Adir Assad, já condenados no âmbito da Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção que envolve a Petrobras. Os valores desviados pelo esquema investigado pela PF seriam destinados a obras de engenharia de dois dos 14 lotes de transposição do São Francisco, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados são de R$ 680 milhões, segundo a PF. A operação desta sexta-feira contou com cerca de 150 policiais federais para cumprimento de 32 mandados judiciais, incluindo quatro de prisão e 24 de busca e apreensão, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Sul e Bahia, além de Brasília. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro, de acordo com comunicado da PF.
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Os valores desviados pelo esquema investigado pela PF seriam destinados a obras de engenharia de dois dos 14 lotes de transposição do São Francisco

Garimpo ilegal

O monitoramento de dois envolvidos na Operação Lava Jato levou a Polícia Federal (PF) a tomar conhecimento de que eles estavam financiando a retomada do Garimpo Lage, mais conhecido como Garimpo de Roosevelt, em uma das maiores jazidas de diamantes do mundo. O garimpo está localizado nas terras dos índios Cinta-Larga, em Rondônia. Segundo a Polícia Federal, para cada R$ 1 milhão financiado por eles, dinheiro que era usado na compra de máquinas e combustíveis e no pagamento de funcionário e indígenas, obtinha-se um retorno de R$ 6 milhões. “Ou seja, em seis meses, o potencial de retorno era R$ 12 milhões. Como isso vem sendo feito desde 2013, os valores podem chegar a R$ 48 milhões. Mas esse é um número a ser confirmado”, disse o delegado Bernardo Guidali Amaral, da Superintendência da PF em Rondônia. Ele é um dos responsáveis pela Operação Crátons deflagrada na última terça-feira. Outros inquéritos já haviam sido instaurados porque garimpos ilegais são problema crônico em Rondônia. Em 2004, 24 garimpeiros foram assassinados pelos índios, por estarem praticando a atividade irregularmente em Roosevelt. Por esse motivo, alguns caciques chegaram a ser presos na época. – No início de 2014, recebemos informação da Funai [Fundação Nacional do Índio] de que havia garimpo no local. Fizemos, então, sobrevoo e constatamos, entre abril e maio, a atividade. A partir de então, instauramos inquéritos. Mas foi no meio do ano passado que teve início o compartilhamento de provas com a Lava Jato – informou o delegado. Segundo ele, as investigações trabalham com a hipótese de que as pedras tenham sido usadas para lavagem de dinheiro.  
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