Rio de Janeiro, 16 de Dezembro de 2025

Maia adianta que vai vetar pedido de impeachment contra Temer

Pedido de impeachment foi assinado por movimentos sociais, capitaneado pelo senador Lindbergh Farias (PT). Ele acredita que Temer praticou advocacia administrativa e um possível tráfico de influência

Segunda, 28 de Novembro de 2016 às 12:47, por: CdB

Pedido de impeachment foi assinado por movimentos sociais, capitaneado pelo senador Lindbergh Farias (PT). Ele acredita que Temer praticou advocacia administrativa e um possível tráfico de influência

 

Por Redação - de Brasília

 

Desembarcaram na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, dois pedidos de impeachment contra o presidente de facto, Michel Temer. Um deles foi protocolado pelo líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP). O parlamentar considera a crise Calero um caso claro de crime de responsabilidade por descumprimento à lei de improbidade.

— Temer constrangeu e ameaçou um funcionário subordinado, o que prova que estava arbitrando em favor de Geddel — disse Valente.

ivan-valente.jpgO deputado Ivan Valente (PSOL-SP) é um dos signatários do pedido de impeachment do presidente , Michel Temer
de facto

O outro pedido de impeachment foi assinado por movimentos sociais, capitaneado pelo senador Lindbergh Farias (PT). Ele acredita que Temer praticou advocacia administrativa e um possível tráfico de influência.

Sem chance

Apesar da gravidade das denúncias contra Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiantou que não vê motivo para aceitar pedido de impeachment.

— Pelo que analisei até o momento, não há nenhum motivo para aceitar nenhum pedido de impedimento — disse.

Maia acrescentou que “conhece bem” o presidente e tem com ele uma relação muito antiga que remonta ao tempo em que ele foi deputado federal.

— Tenho certeza de que se houver a gravação não há nenhum tipo de pressão. Até porque esse não é o perfil de diálogo do presidente Temer a ninguém. Nem aos ministros nem aos seus aliados — defendeu.

Geddel

Sobre a demissão do peemedebista Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, oficializada nesta sexta-feira, Maia disse que fica triste porque Geddel foi “vital” para o governo.

— Infelizmente foi a decisão tomada e a correta, mas é uma perda muito grande — lamenta.

Maia também acredita que a saída do ministro encerra a crise política no núcleo do governo. Crê, ainda, que o fato não impacta nas votações do governo, na Casa.

Denúncias

O primeiro partido a defender a apresentação do impeachment de Temer foi o PT. Na quinta-feira, o líder da sigla na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), disse que as bancadas na Câmara e no Senado continuarão atuando para apurar o caso, “que agora ficou muito mais grave, com o envolvimento de Temer nas denúncias”.

De acordo com o líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), a peça do impeachment já está em elaboração e, como não pode ser encabeçada por parlamentares, o PT está em contato com movimentos sociais para definir quem vai assinar o pedido.

— Tivemos uma presidente afastada sem nenhum crime de responsabilidade. Agora, pelo contrário, o crime está posto. Temer agiu contra um ministro por interesses privados. Isso é muito grave. O pedido de impeachment é a medida mais justa em meio a essa crise — afirmou.

Demissão

A oposição também fará um adendo à representação já feita anteriormente à PGR contra Geddel Vieira Lima, quando o escândalo estourou. Os parlamentares querem incluir nesse documento o pedido de investigação de outros ministros envolvidos no caso. Foram citados por Calero o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o secretário de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, e da advogada-geral da União, Grace Mendonça.

Lindbergh afirmou ainda que a oposição vai pressionar pela demissão de Grace Mendonça da AGU.

— Pedimos também o afastamento da advogada-geral, porque ficou claro que tudo passava por lá — conclui.

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