Rio de Janeiro, 13 de Dezembro de 2025

Mariana: conselho define destino de doações para vítimas

Um conselho, formado por representantes das comunidades, da Ordem dos Advogados do Brasil, Arquidiocese de Mariana, Associação Comercial

Terça, 05 de Janeiro de 2016 às 09:40, por: CdB

 

As contribuições, que somam mais de R$ 1 milhão, serão aplicadas para que as crianças estudem

Por Redação, com agências - de Brasília: Um conselho, formado por representantes das comunidades, da Ordem dos Advogados do Brasil, Arquidiocese de Mariana, Associação Comercial, prefeitura e Instituto Federal de Minas Gerais, reuniu-se na noite de segunda-feira, em Mariana, em Minas Gerais. Foi para definir o destino das doações feitas às vítimas do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, ocorrida no dia 5 de novembro. As contribuições, que somam mais de R$ 1 milhão, serão aplicadas para que as crianças estudem. Os casais sem filho também terão direito a uma parte do valor. Segundo a prefeitura, o dinheiro será dividido igualmente entre as crianças, independente da quantidade de filhos por família. Os casais que não tem filhos receberão o valor de uma criança. O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, informou que recebeu doações de pessoas famosas. Ele disse que destinará o valor para uma poupança em nome de cada criança, que só poderá usar o dinheiro ao completar 18 anos. – Recebemos um agasalho doado pelo ex-jogador de futebol Zico, do Flamengo, um relógio do apresentador Faustão, um livro de receitas da apresentadora Ana Maria Braga e outros objetos. Vamos fazer um leilão com esses itens e o valor será depositado em uma caderneta de poupança para as crianças – disse o prefeito. Está sendo realizado um levantamento junto aos órgãos responsáveis para estimar a quantidade de crianças da região. A informação de quantas crianças e do valor destinado a cada uma delas será divulgada após nova reunião do conselho, marcada para a próxima segunda-feira na prefeitura de Mariana.
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Está sendo realizado um levantamento junto aos órgãos responsáveis para estimar a quantidade de crianças da região

Valor de indenização

Acordo firmado no dia 23 de dezembro pela Mineradora Samarco, durante audiência de conciliação promovida na Promotoria de Minas Gerais, estabeleceu o pagamento imediato de indenização a cada uma das famílias atingidas pelo rompimento da Barragem. O acordo foi homologado pelo juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, substituto na 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Mariana. Representantes das vítimas e das empresas Vale e BHP Billiton Brasil, também participaram da audiência. Durante a reunião ficou definido o valor indenizatório de R$ 20 mil para cada família desabrigada, sendo que R$ 10 mil são antecipação de uma futura indenização. Os outros R$ 10 mil não poderão ser descontados futuramente. Além disso, mesmo se conseguirem emprego, as famílias ainda receberão o auxílio de um salário mínimo, mais 20% por dependente e mais uma cesta básica mensal até o fim da reconstrução das comunidades. O valor da indenização final não foi definido. As famílias que perderam parentes vão receber R$ 100 mil. Os produtores rurais, que também serão indenizados, não tiveram o valor definido. A Samarco cumpriu a determinação de pôr todas as famílias em casas alugadas até o Natal. Para o pagamento da antecipação de indenizações, o Ministério Público concordou em desbloquear valor suficiente, dos R$ 300 milhões que estão bloqueados pela Justiça. A mineradora terá até o dia 31 de janeiro de 2016 para prestar conta à Justiça do valor gasto. O reassentamento definitivo dos atingidos pelo desastre, com a reconstrução das comunidades, é o principal ponto da próxima reunião de conciliação, que foi marcada para 20 de janeiro de 2016. No momento, as famílias estão em casas alugadas pela empresa.

Aluguéis

A Samarco se comprometeu a manter as famílias em casas alugadas por até três meses, a contar da entrega das chaves relativas ao reassentamento definitivo, a fim de que possam organizar a mudança em definitivo. Excepcionalmente, no caso de alguma família não concordar em ser reassentada definitivamente, caberá à mineradora custear o aluguel por até 12 meses. As pessoas que ficaram desabrigadas, mas que optaram por não ser alojadas em hotéis ou casas alugadas, deverão receber o valor de um aluguel mensal médio, de R$ 1,2 mil, retroativo a 5 de novembro de 2015, salvo acordos já estabelecidos.
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