Militantes do Estado Islâmico entregam armas na Síria

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Publicado Quarta, 11 de Maio de 2016 às 09:15, por: CdB

O acordo foi assinado pelo ancião da aldeia, Omar Hassan Halaf, o governador da província de Hama e o general Muaffak Asaad, presidente da comissão de segurança em Hama

Por Redação, com Sputnik Brasil - de Beirute/Genebra:

Um grupo de militantes do Estado Islâmico (organização terrorista proibida na Rússia) que controlam a área da aldeia de Samra, na província de Hama, aceitaram as condições do acordo de trégua e entregaram as armas aos representantes do governo, informou o coronel Sergei Ivanov, representante do Centro russo para a Reconciliação da Síria, nesta quarta-feira.

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Um grupo de militantes do Estado Islâmico aceitaram as condições do acordo de trégua

O acordo foi assinado pelo ancião da aldeia, Omar Hassan Halaf, o governador da província de Hama e o general Muaffak Asaad, presidente da comissão de segurança em Hama.

Segundo o documento, os representantes da aldeia são obrigados a terminar todas as atividades militares e a colaborar com as agências governamentais e policiais. Além disso, todas as pessoas que participaram dos combates poderão retornar à vida pacífica.

Antes de assinar o documento, Sergei Ivanov afirmou que a Rússia vê os esforços do governo sírio para estabelecer a paz no país. Segundo ele, Moscou apoia este processo, usando todos os meios possíveis.

O general Muaffak Asaad, por sua vez, destacou o papel dos intermediários russos nos avanços do processo de reconciliação na Síria e assegurou aos moradores da aldeia que o Exército sírio vai garantir a sua segurança e protegê-los de ataques terroristas.

– Apelamos a todos os cidadãos e residentes da aldeia a voltarem às suas casas, às suas terras e ao seu trabalho. Enquanto nós, por parte do governo, faremos todo o possível para garantir a vida normal na aldeia – disse Muaffak.

Maner Hussein al-Hasan, um dos militantes que entregou as armas, disse que foi militante do grupo Ahrar al-Sham durante dois anos. De acordo com ele, chegou uma altura em que percebeu que tinha escolhido o caminho errado e decidiu voltar para a sua família.

– No que se refere aos militantes dos outros grupos, eu acho que eles também vão seguir o nosso exemplo. Eles já estão mostrando sinais de prontidão de voltar a uma vida pacífica – acrescentou o ex-militante.

Durante a trégua na Síria muitos representantes dos grupos militares entregaram as armas ao governo. A trégua não se aplica às ações antiterroristas em relação aos grupos que não concordaram com o cessar-fogo.

Crimes de guerra da Síria

Os Estados que apóiam o processo de paz da Síria precisam impedir que as partes em conflito ataquem alvos ilegais, como hospitais e outras instalações civis, disseram investigadores de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) em um comunicado nesta quarta-feira. Ataques aéreos, bombardeios e disparos de foguete foram usados com frequência em ataques recentes a áreas civis, disse a Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria em sua comunicação. – O desrespeito às leis de guerra precisa ter consequências para os perpetradores – afirmou seu presidente, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. – Até que a cultura de impunidade seja extirpada, os civis continuarão sendo alvejados, vitimados e brutalmente assassinados. A legislação internacional determina que todos os lados do conflito distingam entre alvos legais e ilegais, mas essa distinção vem sendo ignorada, e alguns ataques recentes foram crimes de guerra, afirma o documento. O comunicado citou um ataque ao hospital Al-Quds, em Aleppo, no dia 27 de abril e outros que visaram instalações médicas próximas, e ataques aéreos contra mercados, padarias e uma estação de tratamento de água, assim como um ataque a um campo de refugiados de Idlib em 5 de maio. Todas essas ações aconteceram depois que um cessar-fogo de dois meses mediado por Estados Unidos e Rússia fracassou e forças do governo sírio dizerem que iriam lançar uma ofensiva para retomar áreas de Aleppo em mãos dos rebeldes. O documento não culpa ninguém explicitamente por ataques contra civis, mas só Damasco e seus aliados russos estão usando aeronaves no conflito. Na semana passada, o comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al-Hussein, disse que relatos iniciais levam a crer que o governo da Síria é o responsável pelo ataque ao campo de refugiados no governorado de Idlib, que matou cerca de 30 pessoas. Os militares sírios afirmaram não terem alvejado o local.  
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