Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2025

Odebrecht inicia negociação com credores no segmento de óleo e gás

A opção tem sido vista pela Odebrecht como uma alternativa para reescalonar pagamentos. Sem precisar do aval de toda sua base de detentores de títulos, disse uma das fontes

Terça, 28 de Março de 2017 às 10:54, por: CdB

A opção tem sido vista pela Odebrecht como uma alternativa para reescalonar pagamentos. Sem precisar do aval de toda sua base de detentores de títulos, disse uma das fontes

 

Por Redação - de São Paulo

 

A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) abriu negociações com credores e detentores de títulos uma recuperação extrajudicial. Foi o que disseram à agência inglesa de notícias Reuters duas fontes a par do assunto.

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O navio da Odebrecht servirá à Petrobras, que bateu recorde de produção de petróleo na camada pré-sal

A opção tem sido vista pela companhia como uma alternativa para reescalonar pagamentos. Sem precisar do aval de toda sua base de detentores de títulos, disse uma das fontes.

A expectativa é que, se optar por essa solução, a companhia precisará de aprovação de donos de 60% da dívida da companhia, disse a segunda fonte. Uma recuperação judicial envolveria todos os credores e precisaria de aval prévio da Justiça.

— Os bônus da empresa estão nas mãos de milhares de investidores e é muito complicado conseguir unanimidade numa base tão diluída — disse a primeira fonte.

Reserva do pré-sal

Sofrendo os efeitos combinados da crise no setor de óleo e gás e do envolvimento de sua controladora Odebrecht nas investigações da operação Lava Jato, a OOG vem negociando com credores e investidores desde o fim de 2015. Visa uma readequação de seus cerca de US$ 5 bilhões em dívidas. A maior parte do montante vencendo até 2022.

Meses antes, a Petrobras havia cancelado o contrato do navio-sonda ODN Tay IV, uma das quatro plataformas que garantem bônus da empresa. Segundo a primeira fonte, a OOG avalia que com a entrada em operação nos próximos meses de seu navio-plataforma FPSO Pioneiro, em Libra. Trata-se da maior reserva de petróleo do pré-sal. Assim terá condições de propor um alongamento dos pagamentos a credores e investidores sem mesmo ter que propor uma redução do valor principal. O navio vai prestar serviços à Petrobras.

Consultada sobre as negociações para uma recuperação extrajudicial, a OOG afirmou que "segue em negociações construtivas com seus credores com o objetivo de fortalecer sua posição financeira de curto e longo prazo em meio ao desafiador cenário da indústria de óleo e gás".

Conta de luz

Ainda nesta terça-feira, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em reunião um ajuste extraordinário. Este deverá reduzir em cerca de 8% as tarifas das distribuidoras de eletricidade. Objetiva devolver aos consumidores valores cobrados indevidamente em 2016, após um erro de cálculo.

O processo, que já havia sido anunciado na semana passada pela agência, vem após a Aneel reconhecer que as tarifas no ano passado incluíram valores referentes à usina nuclear de Angra 3, que ainda não entrou em operação.

A Aneel disse que a compensação aos consumidores se dará em duas etapas, durante os meses de abril e maio. O efeito médio para todas distribuidoras do país será de 7,8%, mas o impacto varia para cada empresa. Clientes da Eletropaulo, em São Paulo, sentirão redução de 12,44% nas tarifas. Enquanto no Rio, o consumidor da Light verá queda de 5,35%, segundo estimativa da Aneel.

Anteriormente, a agência havia proposto devolver os valores cobrados indevidamente no momento do reajuste de cada distribuidora. Mas, posteriormente, voltou atrás e decidiu antecipar o ajuste.

"A percepção da redução tarifária nas faturas dos consumidores se dará de acordo com os ciclos de leitura e faturamento de cada um. Podendo levar até dois meses para se completar", explicou a Aneel, em nota. A Aneel não detalhou os valores que serão devolvidos aos consumidores.

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