Rio de Janeiro, 18 de Dezembro de 2025

PMs acusados de execução no Butantã começam a ser julgados

Seis policiais militares foram julgados nesta segunda-feira em São Paulo, pela execução de duas pessoas em 2015, suspeitas de roubo

Segunda, 13 de Março de 2017 às 07:46, por: CdB

Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18 anos, e Fernando Henrique da Silva, 23 anos, foram mortos no dia 7 de setembro de 2015

Por Redação, com ABr - de São Paulo:

Seis policiais militares foram julgados nesta segunda-feira em São Paulo, pela execução de duas pessoas em 2015, suspeitas de roubo. As vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram executadas na região do Butantã, na Zona Oeste da capital.

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As vítimas já estavam rendidas e desarmadas quando foram executadas na região do Butantã, na Zona Oeste da capital

Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18 anos, e Fernando Henrique da Silva, 23 anos, foram mortos no dia 7 de setembro de 2015. Eles teriam sido mortos depois de praticar um roubo de moto e tentar fugir dos policiais. Imagens feitas pelo celular de uma testemunha mostraram um policial jogando Fernando de um telhado.

Imagens de câmeras de segurança também mostraram Paulo se entregando e levantando a camisa para mostrar que não estava armado. Em seguida, ele é colocado contra um muro, fora do alcance da câmera, momento em que teria sido morto. O vídeo mostra ainda um dos policiais pegando uma arma na viatura.

Júri popular

O processo foi dividido em dois. Nesta segunda-feira foram julgados os policiais Tyson Oliveira Bastiane, Silvano Clayton dos Reis e Silvio André Conceição pela morte de Paulo. Todos eles estão presos atualmente.

No dia 27 de março, os policiais Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes, também presos, serão julgados pela morte de Fernando.

Os julgamentos começou às 10h, no Fórum Criminal da Barra Funda.

Júri

Sete pessoas foram sorteadas nesta segunda-feira para compor o júri popular de três policiais acusados pela execução de Paulo Henrique Porto de Oliveira, 18 anos.

Os policiais respondem por homicídio doloso qualificado (com intenção de matar e por meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima), fraude processual, falsidade ideológica e porte ilegal de arma.

O promotor Rogério Leão Zagallo, responsável pela acusação, deverá ouvir duas testemunhas. A defesa pretende ouvir nove pessoas. Mas o advogado Celso Vendramini, que defende dois dos três policiais militares. Disse que dispensou quatro testemunhas. A reportagem não conseguiu falar com os demais advogados para saber se eles também deixarão de ouvir alguma das testemunhas previstas.

Ao chegar ao Fórum Criminal da Barra Funda. O advogado Celso Vendramini disse que pretende retirar duas das acusações imputadas aos seus clientes e confirmar que “não houve premeditação do crime”.

– Vou pedir a responsabilização deles pelos erros que eles praticaram. Que é a falsidade processual, de tentar justificar que o indivíduo estava armado naquele momento. O indivíduo não estava armado. E a falsidade ideológica porque eles levaram uma notícia falsa para o delegado de polícia. Por isso, vou pedir que eles sejam condenados. Mas com relação ao homicídio, não – disse. Ele também pretende retirar a acusação de porte ilegal de arma. Alegando que a arma vista na mão do policial para forjar o confronto era da própria vítima.

Vendramini defende os policiais Tyson Oliveira Bastiane e Silvano Clayton dos Reis. Além deles, está sendo julgado hoje o policial Silvio André Conceição, cujo advogado não falou com a imprensa.

Segundo Vendramini, Paulo morreu “porque tentou pegar a arma do policial Tyson”. De acordo com ele, uma das testemunhas de defesa irá confirmar que Paulo e Fernando estavam armados e que atiraram contra os policiais momentos antes, na rodovia Raposo Tavares. “Aquela arma era do ladrão porque eles estavam em uma moto roubada e tinham tentado praticar um assalto contra outro motociclista. Eles efetuaram disparos na Raposo Tavares, pegaram a Raposo na contramão e temos uma testemunha para comprovar”.

Já o promotor preferiu não falar com a imprensa.

 

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