Rio de Janeiro, 13 de Dezembro de 2025

Polícia da Indonésia prende suspeitos após ataque e buscas por jihadistas continuam

A polícia da Indonésia prendeu três suspeitos de serem militantes e busca outros pelo país nesta sexta-feira, um dia após um ataque

Sexta, 15 de Janeiro de 2016 às 08:07, por: CdB

 

Autoridades dizem que terroristas planejavam atentado nos moldes do ocorrido em Paris em novembro

Por Redação, com agências internacionais - de Jacarta: A polícia da Indonésia prendeu três suspeitos de serem militantes e busca outros pelo país nesta sexta-feira, um dia após um ataque ter sido deflagrado por homens-bomba e atiradores do Estado Islâmico no coração da capital. Sete pessoas foram mortas no ataque de quinta-feira perto a um distrito comercial, apesar de múltiplas explosões e troca de tiros. Cinco dos mortos eram agressores. Foi a primeira vez que o grupo radical atacou o país, que possui a maior população muçulmana no mundo. O ataque sugere um novo tipo de militância no país, mais acostumado com pequenas ações contra a polícia. Chefes de polícia foram colocados em alerta, algumas embaixadas em Jacarta foram fechadas durante o dia, e a segurança foi reforçada em Bali, local que atrai turistas da Austrália e outros países asiáticos. O ministro-chefe da Segurança indonésio, Luhut Pandjaitan, confirmou reportagens de que três suspeitos de organizarem um ataque foram presos em uma casa na cidade de Depok, ao sul de Jacarta. A polícia de Depok, segundo a Metro TV, informou que os homens, descritos como um fabricante de bombas, um especialista em armas de fogo e um pregador, não têm ligação com o ataque em Jacarta.
indonesia-1.jpg
A polícia da Indonésia prendeu três suspeitos de serem militantes e busca outros pelo país

Ataque maior

Autoridades da Indonésia afirmaram nesta sexta-feira que os atentados em Jacarta, que deixaram o país em choque, poderiam ter sido ainda mais graves, e que a ação policial evitou um massacre semelhante ao que matou 130 pessoas em Paris no dia 13 de novembro. Na quinta-feira, cinco homens, armados com bombas caseiras, revólveres e coletes explosivos, atacaram um café da rede Starbucks e um posto policial em Jacarta no distrito de Thamrin, onde se localizam diversas embaixadas, escritórios da ONU e centros de compras. O atentado matou duas pessoas, um canadense e um indonésio, e feriu outras 20. Os terroristas foram mortos pelos policiais ou após seus coletes serem detonados. O porta-voz da polícia, Anton Charliyan, afirmou nesta sexta-feira que a ação policial impediu um atentado de maiores proporções, uma vez que os terroristas "seguiram o exemplo dos ataques em Paris". Segundo o porta-voz, dois dos homens que realizaram o ataque em Jacarta já haviam sido presos por acusações de terrorismo. As autoridades confirmaram que uma bandeira da organização extremista "Estado Islâmico" (EI), que assumiu publicamente a autoria do atentado, foi encontrada na residência de um dos terroristas, confirmando a associação do grupo jihadista aos eventos desta quinta-feira. O chefe da polícia de Jacarta, Tito Karnavian, informou que as buscas continuam e acusou um grupo liderado por Bahrun Naim, um militante ligado ao EI, de ser o responsável pelos atos de violência. O chefe da polícia nacional, o general Badrodin Haiti, também acusou Naim de dar apoio aos atentados. Em 2011, ele chegou a ser preso por posse ilegal de armamentos. Mais tarde, teria viajado à Síria para aderir ao EI. O presidente indonésio, Joko Widodo, pediu solidariedade à população em seu perfil oficial no Twitter. "Não há lugar para o terrorismo na Indonésia. Todos os cidadãos devem se unir para combatê-lo", afirmou. As autoridades se preocupam cada vez mais com o crescimento do terrorismo no país. Estima-se que entre 500 e 700 indonésios tenham viajado ao Oriente Médio com a intenção de aderir ao EI.  
Tags:
Edições digital e impressa