Rio de Janeiro, 26 de Dezembro de 2025

Polícia prende suspeitos de jihadismo na Alemanha

Dois suspeitos extremistas foram presos pela polícia alemã durante uma série de operações policiais visando possíveis radicais islâmicos na capital da Alemanha. De acordo com a polícia, também estava sendo examinado um "objeto suspeito" descoberto durante a batida no bairro de Britz.

Sexta, 27 de Novembro de 2015 às 08:24, por: CdB
Por Redação, com DW - de Berlim: Dois suspeitos extremistas foram presos pela polícia alemã durante uma série de operações policiais visando possíveis radicais islâmicos na capital da Alemanha. De acordo com a polícia, também estava sendo examinado um "objeto suspeito" descoberto durante a batida no bairro de Britz, o que levou à evacuação de ao menos 16 edifícios próximos como medida de "precaução".
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Operação antiterror detém dois homens em Berlim suspeitos de preparar "atos de violência" e que estariam "em contato com círculos islamitas" Suspeito de tráfico de armas é preso em Baden-Württemberg. Investigadores alemães e franceses teriam encontrado com o detido indícios da venda de quatro fuzis usados em atentados na capital da França, diz jornal alemão Aeronaves Tornado vão ajudar no combate ao "Estado Islâmico" em território sírio. Contribuição alemã inclui ainda navio de guerra e avião de abastecimento
Os dois homens foram detidos numa associação islâmica e são suspeitos de terem pretendido cometer um "ato de violência grave que representava um perigo para o Estado", anunciou a polícia. Os suspeitos, de 28 e 46 anos, estavam em "contato com círculos islamitas", mas não foram descobertas armas ou explosivos durante a operação, comunicou a porta-voz da polícia berlinense, Patricia Brämer. O "objeto suspeito", não especificado pelas autoridades, foi encontrado no veículo dos homens. Autoridades não divulgaram se os detidos moravam em Berlim ou eram do exterior. Única informação liberada foi a de que os homens não haviam nascido na capital alemã. Segundo o jornal local Tagesspiegel, o alvo não seria Berlim e a cidade de Dortmund, na Renânia do Norte-Vestfália, teria sido o local de um provável atentado. Autoridades do estado alemão confirmaram uma "troca de informações sobre um possível ataque", sem entrar em mais detalhes. Após a série de atentados coordenados em Paris, que mataram 130 pessoas, o governo federal advertiu que a Alemanha também é um provável alvo para terroristas e que o nível de ameaça está maior do que o habitual. No início desta semana, o senado da cidade de Berlim aprovou um projeto de lei quem permite aumentar a presença de forças de segurança na capital. Armas da Alemanha Algumas das armas utilizadas nos ataques em Paris que deixaram 130 mortos há duas semanas podem ter sido compradas na Alemanha. De acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira pelo tabloide alemão Bild, as investigações sobre os atentados levaram as autoridades até um vendedor de armas da cidade de Magstadt, no estado de Baden-Württemberg, no sul do país.
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De acordo com a promotoria pública de Stuttgart, um homem de 34 anos está sendo investigado por violação da Lei de Armas e foi preso na terça-feira. "Ele teria transformado pistolas a gás em armas de fogo e as vendido na internet", afirmou a porta-voz do órgão, mas se recusou a comentar a suspeita de venda de fuzis ou o envolvimento do detido nos ataques em Paris. O Bild, citando documentos da investigação alemã, afirmou que o suspeito teria comercializado pela internet, no início de novembro, dois fuzis kalashnikov AK-47 fabricados na China e dois fuzis Zastava M70 produzidos na antiga Iugoslávia. Depois de um mandato de busca, investigadores encontram no smartphone do detido a informação de que as armas foram compradas por "um árabe em Paris". O diário alemão afirmou ainda que os investigadores franceses acreditam que as armas compradas na Alemanha foram as mesmas usadas nos ataques na capital francesa. A Promotoria Geral de Frankfurt descobriu a pista sobre o suspeito através da alfândega local, que investigam o tráfico de armas e munições pela Internet. Aeronaves Tornado A Alemanha vai enviar à Síria aviões de reconhecimento Tornado, um navio de guerra e pelo menos um avião de reabastecimento para auxiliar no combate ao grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI). A decisão foi tomada na quinta-feira durante um encontro entre a chanceler federal Angela Merkel e ministros responsáveis, entre eles a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen.
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A participação alemã na coalizão internacional contra o "Estado Islâmico", liderada pelos Estados Unidos, ainda depende da aprovação do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), onde o governo tem ampla maioria. A principalmente contribuição alemã no combate ao "Estado Islâmico", até o momento, é o treinamento das forças curdas peshmerga, no Iraque, além do fornecimento de armas para o grupo. Porém, os ataques de 13 de Novembro em Paris forçaram uma participação maior dos países ocidentais no conflito. Merkel se reuniu na quarta-feira com o presidente da França, François Hollande , que está se reunindo com líderes de vários países para tentar estruturar uma ampla coalizão contra o "Estado Islâmico". Após o encontro, a chanceler alemã comprometeu-se a "agir rapidamente" na luta contra o EI e prometeu completa solidariedade ao líder francês. Estratégia ampla Um dia após o encontro, a liderança alemã se reuniu para definir estratégias para o combate ao EI. Para auxiliar nos ataque aéreos da coalizão, da qual fazem parte França, o Reino Unido e alguns países árabes, o governo pretende enviar até seis aviões de reconhecimento do tipo Tornado Recce. Esses aviões podem captar e transmitir instantaneamente imagens de alta definição para estações terrestres, além de poder voar em condições climáticas ruins e fotografar também durante a noite. Eles já foram usados em missões no Afeganistão, no conflito dos Bálcãs e durante enchentes na Alemanha. Segundo informações da agência de notícias DPA, o navio de guerra alemão deve proteger o porta-aviões francês Charles de Gaulle, que foi enviado para o Mediterrâneo Oriental para intensificar os ataques aéreos ao EI. Já o avião de reabastecimento seria usado para o abastecimento aéreo de caças da coalizão internacional e das aeronaves de reconhecimento. Terceira participação Se o Bundestag aprovar a participação alemã na coalizão aérea, essa será a terceira vez na história que a Bundeswehr (as Forças Armadas Alemãs) participa ativamente de uma ofensiva militar de combate a um inimigo. A primeira vez foi durante a Guerra do Kosovo, entre 1998 e 1999, quando a Alemanha bombardeou sistemas sérvios de defesa antiaérea. As Forças Armadas Alemãs também participaram ativamente com tropas terrestres da guerra no Afeganistão, no combate ao Talebã. O envolvimento da Bundeswehr em ofensivas no exterior é raro, pois na época de sua constituição, há 60 anos, ela foi estritamente acoplada aos mecanismos de controle da democracia parlamentar, estipulando que sua tarefa visava somente a defesa do país em caso de ataque.
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