Ex-líder dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o ex-deputado Cândido Vaccarezza é hoje o novo comandante do PTdoB de São Paulo. Agora prega, abertamente, o apoio a Michel Temer (PMDB)
Por Redação - de São Paulo
O Partido dos Trabalhadores passa, seguramente, por sua pior fase desde que um grupo de intelectuais e trabalhadores fundaram a legenda, na década de 80, no século passado. Ex-líder dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o ex-deputado Cândido Vaccarezza é hoje o novo comandante do PTdoB de São Paulo. Agora prega, abertamente, o apoio a Michel Temer (PMDB).
O ex-secretário-geral do PT se diz respaldado por ministros de Temer. E confessa que seu atual objetivo será fortalecer o PTdoB em São Paulo.
Dissidente do PTB, o PTdoB será rebatizado em março, possivelmente para Nova Democracia (ND). Haverá, ainda, a mudança de número do partido, que hoje é 70. Vaccarezza admite estar conversando com parlamentares do PT, mas nega a intenção de atrair, exclusivamente, descontentes petistas.
Diz nada
— Não queremos ser o PT dois. Não quero fazer contraponto ao PT. Nem tenho peso para isso — disse ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
Vaccarezza, agora, acredita que a alteração na sigla partidária “afasta a ideia de que seja um desdobramento do PT”.
— E o nome PTdoB não quer dizer nada — diz o ex-líder do PT.
Vaccarezza, contrário à realização de eleições antes de 2018, diz que o partido "deve fazer parte da base do governo Temer e puxá-lo para avançar para o lado do povo".
Dizendo-se ‘amigo do PT’, o agora ex-companheiro de Lula também admite que conversou sobre sua filiação com ministros mais próximos a Temer.
— Quem faz campanha 'fora Temer' não tem base legal para defender eleição geral — diz ele.
Arquivado
Em agosto, Vacarezza deixou o PT. Afirmava que o impeachment de Dilma não fora um golpe. Em 2014, o político paulista não conseguiu se reeleger para a Câmara e atribuiu sua derrota ao PT. No ano seguinte, foi indiciado pela Polícia Federal sob acusação de recebimento de propina derivada de contratos da Petrobras. O inquérito foi arquivado, por falta de provas.
Atualmente Vaccarezza confessa que não exclui a possibilidade do aliciamento de parlamentares da sua antiga legenda. Ele diz que conversa com políticos de "diversos partidos". Mas que mantém amigos no PT. A esses petistas, Vaccarezza tem detalhado seu novo projeto político. Vaccarezza repete que, com a busca de novos filiados, não tem a intenção de esvaziar o PT. Mas de garantir a sobrevivência do seu novo partido, inclusive obtendo espaço na Câmara.