Rio de Janeiro, 20 de Dezembro de 2025

Remessa de lucros ao exterior impulsiona novo déficit bilionário

Apesar de representar um rombo maior na comparação anual, o dado de janeiro veio melhor que o déficit de US$ 5,3 bilhões estimado por analistas

Sexta, 17 de Fevereiro de 2017 às 12:47, por: CdB

Apesar de representar um rombo maior na comparação anual, o dado de janeiro veio melhor que o déficit de US$ 5,3 bilhões estimado por analistas

 

Por Redação - de Brasília e São Paulo

 

O Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 5,085 bilhões em janeiro, alta de 5,6% sobre igual mês do ano passado, com maior gasto líquido nas contas de serviços e maiores remessas de lucros e juros ao exterior ofuscando o desempenho positivo da balança comercial.

bancocentral-3.jpg
Em fevereiro deste ano, houve déficit primário de R$ 23,040 bi, divulgou o Banco Central

Apesar de representar um rombo maior na comparação anual, o dado de janeiro veio melhor que o déficit de US$ 5,3 bilhões estimado por analistas em pesquisa Reuters.

Também foi coberto com folga por Investimentos Diretos no País de (IDP) de US$ 11,528 bilhões, acima da expectativa de mercado de US$ 9,1 bilhões.

Transportes

Na conta de serviços, o destaque ficou com os gastos líquidos de brasileiros fora do país, que somaram US$ 914 milhões em janeiro, ante apenas US$ 190 milhões no mesmo mês do ano passado. Os gastos com transportes também saltaram 151% na mesma base, a US$ 436 milhões.

Já na conta de renda primária, as remessas de lucros e dividendos subiram a US$ 870 milhões, sobre US$ 314 milhões em janeiro de 2016. As despesas líquidas de juros, por sua vez, avançaram 11,7%, a US$ 4,5 bilhões.

Atuando no sentido contrário, de diminuição do rombo, a balança comercial teve superávit de US$ 2,504 bilhões em janeiro. Foi muito superior à cifra de US$ 647 milhões um ano antes.

Desta vez, o saldo positivo foi fruto de um aumento nas exportações superior ao observado nas importações. Tudo isso, em meio a um cenário de valorização do preço de commodities.

Rombo

Nos últimos dois anos, o superávit vinha sendo obtido por quedas mais fortes nas importações que nas exportações. Com as compras de produtos estrangeiros sendo fortemente afetadas pela recessão econômica.

Em 12 meses, o déficit em transações correntes manteve-se em 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar de dezembro. Para 2017, o BC prevê déficit em transações correntes de US$ 28 bilhões. É maior do que o rombo de US$ 23,507 bilhões do ano passado, justamente por maiores remessas de lucros e dividendos para o exterior e gastos com viagens internacionais em função da modesta recuperação prevista para a economia.

A pesquisa Focus mais recente aponta uma expectativa de expansão de apenas 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Bancos e consultorias vêm melhorando suas projeções na esteira de surpresas positivas no lado da inflação. Também, por uma perspectiva de juros mais baixos para economia.

O BC registrou, ainda, entrada líquida de investimento em títulos negociados no país de US$ 502 milhões, no mês passado.

Tags:
Edições digital e impressa