Todas as bases da Operação Segurança Presente contam com equipes de acolhimento. O trabalho dos profissionais cresce de acordo com a demanda verificada
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro:
A Operação Segurança Presente já acolheu quase 3 mil moradores de rua em ações nas quatro áreas de atuação: Centro, Aterro, Lagoa e Méier. A maioria dos atendimentos, cerca de 2.316, ocorreu na Região Central da cidade, sendo 1.418 no Largo da Carioca, nas proximidades da base da operação.
– Atendemos de 20 a 30 pessoas diariamente no Largo da Carioca. A demanda é espontânea, o acolhimento é voluntário. Normalmente, os moradores de rua buscam os abrigos e os hotéis sociais da prefeitura para pernoitar. Até por uma questão de segurança, já que muitos trabalham de dia e não tem um lar. Outros nos procuram para outro tipo de atendimento – explicou o coordenador do Centro Presente, capitão Hugo Coque.
Todas as bases da Operação Segurança Presente contam com equipes de acolhimento. O trabalho dos profissionais cresce de acordo com a demanda verificada.
– Os acolhidos precisam preencher uma ficha com dados. Também fazem uma entrevista onde realizamos um contato importante. Nosso trabalho é diário porque muitos chegam calados e vão se soltando devagar.
– Encaminhamos demandas à Defensoria Pública, para que eles consigam tirar, por exemplo. Segunda via de certidão de nascimento, identidade, e já arranjamos emprego para alguns. Temos muitos casos de pessoas que saíram das ruas com o auxílio de nossas equipes nos diversos pontos de nossa atuação – disse a assistente social do Centro Presente, Driele Menezes Dalle Crode.
Histórico
A Operação Segurança Presente acontece desde o dia 1º de dezembro de 2015 nas localidades de Aterro, Lagoa e Méier. A ação no Centro do Rio foi iniciada no dia 4 de julho de 2016.
Agentes reforçam o treinamento
Uma capacitação realizada ontem, no Palácio Guanabara, esclareceu questões relativas às abordagens feitas por policiais e agentes civis junto a moradores de rua. O treinamento foi organizado por um grupo de assistentes sociais que atua na Operação Aterro Presente
– A ideia é que os participantes sejam multiplicadores do que foi ministrado aqui. Queremos quebrar paradigmas. Absorver conhecimentos para que tenhamos abordagens mais humanas e cidadãs – afirmou o coordenador do Aterro Presente, major Amandy Peres.
Para a Defensora Pública do Estado e titular do Núcleo de Direitos Humanos, Carla Maia, é a primeira vez no Rio de Janeiro que o treinamento acontece com todos os parceiros.
– Esta capacitação ajuda os policiais e os assistentes sociais a atenderem de forma adequada a pessoa em situação de rua – disse Carla.
Segundo o defensor da União e membro de grupo de trabalho específico sobre situação de rua, Renan Vinicius de Oliveira, a parceria com diversos órgãos e ações é fundamental.
– Precisamos estabelecer parcerias com diversos órgãos para prestar um acesso integral à Justiça. Esta aproximação com policiais, agentes e assistentes sociais é importante – afirmou o defensor da União.
O coral Uma só Voz formado por pessoas em situação de rua encerrou o treinamento, que teve duração de cerca de duas horas.