Substituto de Serraglio adianta que pode mudar diretor da PF

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Publicado Segunda, 29 de Maio de 2017 às 12:47, por: CdB

Torquato, que comandava o Ministério da Transparência, foi nomeado no domingo para substituir Osmar Serraglio na Justiça, movimento que pode ter como objetivo fortalecer a posição de Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

 

Por Redação - de Brasília

 

O novo ocupante da da Justiça, Torquato Jardim, disse em entrevista a um dos diários conservadores paulistanos, publicada nesta segunda-feira, que vai ouvir a recomendação do presidente Michel Temer e avaliar mexer no comando da Polícia Federal, e afirmou que não há crise política no país.

Torquato, que comandava o Ministério da Transparência, foi nomeado no domingo para substituir Osmar Serraglio na Justiça, movimento que pode ter como objetivo fortalecer a posição de Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às vésperas do início do julgamento que pode cassá-lo.

serraglio.jpgSerraglio (PMDB-PR) pertencia à 'tropa de choque' do ex-deputado e hoje presidiário Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e agora é citado na
Operação Carne Fraca

Perguntado na entrevista se pretende mexer no comando da Polícia Federal, que tem Temer e diversas autoridades do governo entre os alvos de investigação da Operação Lava Jato, o novo ministro disse que vai avaliar eventual mudança.

— Vou ouvir a recomendação do presidente (de facto), de outras personalidades que conhecem o assunto, fazer o meu próprio juízo de valor e decidir. Não vou me precipitar nem antecipar nada — afirmou.

Crise política

Torquato Jardim, que foi ministro do TSE em dois períodos (entre 1988 e 1992 e entre 1992 e 1996) e presidiu o Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) entre 2002 a 2008, reconheceu que terá um papel a desempenhar na interlocução entre o governo e o Judiciário, e disse considerar que o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE "será técnico".

O tribunal eleitoral poderá cassar a chapa comandada pela ex-presidente Dilma Rousseff e seu então vice-presidente, de modo que Temer perca seu mandato. O reinício do julgamento está marcado para o próximo dia 6.

— Os ministros decidirão com base no que está nos autos. Tem a acusação e a defesa, a inicial e a contestação, como em qualquer ação. No mais, é especulação. A inicial é referente à 2014 e o que será observado são os fatos e provas que ali estão — disse Torquato ao diário.

Apesar da crise que atingiu o governo após as delações de executivos do grupo J&F, que incluem a gravação de uma conversa de Temer com o empresário Joesley Batista, o novo ministro da Justiça disse que "a crise não é política".

— O que interessa, em primeiro lugar, é a economia. A crise não é política. A mídia transformou em crise política, mas é econômica — concluiu.

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