UFRJ inaugura painel que mede a perda de investimento em ciência e tecnologia

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Publicado Quinta, 22 de Junho de 2017 às 10:28, por: CdB

Segundo ainda a pesquisadora, “a pesquisa científica é cumulativa e o que está se perdendo agora não se pode recuperar no futuro”

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:

Cientistas e professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram nesta quinta-feira, no campus da instituição, na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio, um contador digital inédito no país denominado tesourômetro com o objetivo de revelar ao público, minuto a minuto, as perdas do financiamento federal voltado para as áreas de ciência e tecnologia, nos anos de 2016 e 2017, em relação a 2015.

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UFRJ inaugura painel que mede a perda de investimento em ciência e tecnologia

A inauguração do painel marca o lançamento da campanha de mobilização pública Conhecimento Sem Cortes. Uma iniciativa que reúne, além de cientistas e professores universitários da UFRJ. Também estudantes, pesquisadores e técnicos de universidades e institutos de pesquisa para alertar sobre a crise por que passa o setor no país.

Segundo a presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Tatiane Roque. O setor de ciência e tecnologia do país vem perdendo cerca de R$ 500 mil por hora em investimentos federais desde 2015.

– São perdas graves. Até porque há estudantes nas nossas universidades que não têm como se manter sem a bolsa fornecida pelo governo federal. Eles precisam não só dela. Mas também dos alojamento, do bandejão, e de toda uma infraestrutura que está sendo afetada pelos cortes que estão ocorrendo também na infraestrutura básica de pesquisas. A pesquisa científica precisa de investimentos em material. Em reagentes, precisa de laboratórios e também de pessoal para continuar a exercer seu trabalho.

Tatiane Roque alertou que “está sendo perdida toda uma geração de pesquisadores. Na qual o governo investiu nos últimos anos. Seja na universidade, nos cursos de mestrado e doutorado, bastante dinheiro. E que hoje estão com dificuldade de continuar a suas pesquisas”.

Segundo ainda a pesquisadora,.“A pesquisa científica é cumulativa e o que está se perdendo agora não se pode recuperar no futuro”.

Pesquisa

Para Tatiana, “se estamos passando por uma crise no modelo econômico e de desenvolvimento. O que nós precisamos é justamente que se faça o contrário, que se invista em pesquisa. Em formação de quadros, em pensadores que nos levem a sair dela [da crise]”.

Os responsáveis pela manifestação avaliam que até 2015 o orçamento para o setor era da ordem de R$ 7 bilhões. E que tenha caído este ano para algo em torno de R$ 5 bilhões.

Nesta quinta-feira ocorreu um outro evento que marcou o lançamento da campanha e que aconteceu na Casa da Ciência da UFRJ. Quando cientistas, professores e pesquisadores apresentaram um estudo sobre a avaliação dos impactos da redução dos orçamentos nas instituições.

O evento contou com as presenças da presidente da Associação dos Docentes da UFRJ, Tatiana Roque, do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Helena Nader, do reitor da UFRJ, Roberto Leher; e da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.

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