Vendas no varejo recuam e pioram o quadro recessivo brasileiro

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Publicado Terça, 18 de Outubro de 2016 às 12:24, por: CdB

As vendas no varejo apresentaram queda de 0,6% em agosto na comparação com o mês anterior, após recuo da mesma magnitude em julho

 
Por Redação - do Rio de Janeiro
  Em linha com os demais indicadores econômicos, todos negativos, as vendas no varejo recuaram de forma generalizada, em agosto. Registraram, em todo país, a segunda queda seguida, em mais um sinal da dificuldade de recuperação da economia do país.
vendas-no-varejo-reuters.jpgO IBGE informou que as vendas no varejo restrito tiveram nova queda, em todo o país
As vendas varejistas apresentaram queda de 0,6% em agosto na comparação com o mês anterior, após recuo da mesma magnitude em julho. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda, nesta terça-feira, que na comparação com agosto de 2015, as vendas tiveram recuo de 5,5%. O 17º mês de taxa negativa. O setor vem apresentando um comportamento irregular neste ano, em um ambiente de taxa de juros alta e inflação em patamares elevados. Até agosto, foram cinco meses de queda das vendas e três de alta na base mensal.

Lista de atividades

As expectativas em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters eram de queda de 0,60% na comparação mensal. E de 5,00% sobre um ano antes. Entre as oito atividades pesquisadas no varejo restrito, cinco tiveram queda de pelo menos 2% na base mensal. Foram elas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,0%). Ainda, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,8%). Acrescenta-se as de: Móveis e eletrodomésticos (-2,1%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,0%). Na outra ponta, o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem o maior peso no conjunto do varejo, apresentou alta mensal de 0,8% em agosto, compensando a queda de 0,7% vista no mês anterior. — Com a piora no meado de trabalho, junto com juros elevados, inibe-se o consumo e a demanda. Nessa conjuntura econômica, você posterga a compra de itens que não são essenciais. A exemplo dos eletrodomésiticos, cama mesa e banho e até combustível. Aí, sobra mais recursos para gastar em bens mais básicos. Ainda sim o que as famílias gastam agora é menos do que no ano passado — disse a economista do IBGE Isabella Nunes, referindo-se à alta de hipermercados.

Situação atual

Já o volume de vendas do varejo ampliado — que inclui veículos e material de construção — recuou 2% em agosto sobre julho. Pressionado, assim, pela perda de 4,8% de Veículos e motos, partes e peças. A retomada da confiança é tida por economistas como primordial para que o Brasil deixe a recessão para trás. A Fundação Getulio Vargas apontou que, em setembro, a confiança do consumidor chegou ao maior nível desde o ano passado. Mas a confiança do comércio interrompeu série de quatro altas no mesmo período diante da forte piora na avaliação da situação atual. Números do varejo para setembro mostram pouca mudança no quadro. Segundo dados divulgados na véspera pela empresa de meios de pagamento Cielo, o faturamento do comércio varejista brasileiro caiu 4,9% em setembro sobre o mesmo período de 2015. Sem incluir efeito da inflação.
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