Aécio Neves é deixado ao relento após derrota no Senado

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Publicado Quarta, 04 de Outubro de 2017 às 13:04, por: CdB

O futuro político do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ficou ainda mais nublado após a decisão do Senado em ceder ao afastamento determinado pela Primeira Turma do STF.

 

Por Redação - de Brasília

 

A decisão do Senado em manter o afastamento do cargo de Aécio Neves (PSDB-MG), na noite passada, deixa claro que esta ala tucana sofreu perda significativa de conteúdo. O efeito colateral mais evidente ficou por conta do licenciamento do relator da denúncia contra o presidente de facto, Michel Temer, na Câmara.

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Aécio Neves (PSDB-MG) deverá renunciar à Presidência do partido, até dia 17

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), do grupo de Aécio, teria feito um acordo com os líderes tucanos, de se afastar do partido. Desta forma, deverá manter a relatoria. A decisão, no entanto, aumenta ainda mais a divisão interna da legenda. Falta pouco para o partido fechar questão em favor do prosseguimento da denúncia contra Temer. O fato significaria, de imediato, a debandada tucana do governo federal.

Alckmin pressiona

Parte dos tucanos ligada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quer ainda que o senador mineiro renuncie, definitivamente, à Presidência da legenda. Embora já esteja afastado, a renúncia deverá ocorrer antes do dia 17, data em que foi marcada a sessão no Plenário da Casa.

Os tucanos paulistas apontam o desgaste sofrido pelo partido com as denúncias de corrupção contra Aécio. O futuro do senador torna-se ainda mais nublado diante da situação em que se encontra frente o Supremo Tribunal Federal (STF). A corte tende a afastá-lo, definitivamente, das funções parlamentares e manter o recolhimento ao domicílio, no período noturno.

O temor é que a permanência de Aécio à frente do partido aumente o desgaste de tal forma que atinja as pretenções eleitorais do governador Alckmin, para 2018. Ele quer concorrer à Presidência da República, mais uma vez, contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Pedrada

Ainda nesta quarta-feira, Aécio sofreu mais um pesado golpe. O ex-ministro do governo FHC Xico Graziano, bateu pesado em artigo publicado contra o senador mineiro. Graziano o culpa pela falência da social-democracia brasileira e aponta o desastre da aliança entre PSDB e PMDB em torno de Michel Temer. Ele afirma se entristecer ao ver Aécio "desmoralizado" e diz que se "decepciona com suas atitudes".

"Eu preferia assisti-lo fazendo uma autocrítica, reconhecendo seus erros, explicando seus motivos e se desculpando à nação. Deixaria o comando do PSDB para se defender. Mas não. Aécio prefere juntar-se à tropa dos denunciados, notórios personagens da endêmica corrupção organizada na era lulopetista. A cada lance dessa saga que a todos atormenta, mais afunda o PSDB na lama", escreve Graziano.

Graziano apoia a "total renovação" do partido e até a mudança do nome da sigla. "Mudança de pessoas, de práticas e de ideias. Chegou a hora da ruptura com o passado; de esquecer essa história de esquerda e direita, de superar seu confronto ideológico com o PT", sugere. "Tantas coisas importantes acontecendo no Brasil, e o PSDB perdido, olhando para seu umbigo, afundando-se. É triste, mas é a realidade", conclui.

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