A saída dos liberais deixou a chanceler Angela Merkel em situação complicada. Os pontos de maior discordância entre os partidos foram as políticas para os refugiados e as questões ambientais
Por Redação, com ABr - de Lisboa:
Os liberais alemães anunciaram, por volta da meia-noite de domingo, sua saída das negociações para formar uma coalizão com o objetivo de governar o país. Há pouco mais de um mês, quatro partidos alemães vinham mantendo negociações. A saída dos liberais deixou a chanceler Angela Merkel em situação complicada. Os pontos de maior discordância entre os partidos foram as políticas para os refugiados e as questões ambientais.
Em setembro deste ano, após vencer as eleições alemãs sem ter a maioria dos votos; Merkel já sabia que enfrentaria um desafio: conseguir formar a coalizão para governar.
Na madrugada de hoje, a chanceler afirmou que lamentava o fracasso, por considerar; que "o ritmo das conversações indicava que seria possível chegar a um acordo". Os verdes acusaram os liberais de intransigência.
Coalizão
A tentativa de formar uma coalizão entre conservadores (CDU/CSU), liberais e “verdes”, apelidada de “Jamaica”, por causa das cores dos partidos e da bandeira do país jamaicano (preto: CDU, amarelo: FDP e verde: Os Verdes), não se concretizou. Os liberais, após extensas tentativas de acordo, anunciaram que não foi possível chegar a um consenso.
– É melhor não governar do que governar mal – afirmou o líder liberal do FDP, Christian Lindner, que lembrou divergências insanáveis entre os três partidos. Lindner disse ainda que os partidos não compartilhavam o mesmo ponto de vista e que, após as conversas, haviam ficado "muitas inconsistências, questões e conflitos sem resposta".
Com a oposição dos sociais democratas (SPD), liderados por Martin Schulz (principal adversário de Merkel nas eleições) e do AfD, partido de extrema-direita, restava à chanceler formar uma coligação suficientemente forte para governar.
Saída dos liberais
Com a saída dos liberais, forma-se um momento político delicado para Merkel, que pode acabar, inclusive, em novas eleições. Em princípio, analistas traçam três possíveis situações: ou Merkel tenta governar com uma coligação minoritária (se unindo aos Verdes, apenas), ou tenta persuadir o SPD de Schulz para formar uma coligação majoritária e poder governar com mais efetividade, ou novas eleições podem ser convocadas.
– Como chanceler, farei tudo para garantir que esse país seja bem gerenciado nas próximas semanas. Nós pensamos que estávamos no caminho para encontrar uma solução – disse Merkel.
Na manhã desta segunda-feira, Angela Merkel esteve com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para informar formalmente sobre o fracasso das negociações.