A ministra Cármen Lúcia indicou que ela não tomará a iniciativa de pautar ações que tratam do tema; mesmo que não tenham relação direta com o caso de Lula.
Por Redação – de Brasília
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia apontou, na noite passada, o risco de a Corte Suprema se “apequenar”; caso retome a debate sobre a prisão de condenados em tribunais de Segunda Instância, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receber a pena de 12 anos e 1 mês, em regime fechado; pela unanimidade do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV).
— Não creio que um caso específico geraria uma pauta diferente. Isso seria realmente apequenar o Supremo — disse. A ministra foi questionada sobre o caso do petista; durante uma reunião social.
A ministra indicou que ela não tomará a iniciativa de pautar ações que tratam do tema; mesmo que não tenham relação direta com o caso de Lula.
— Não tem previsão de pauta para isso. Não há pauta definida para um caso específico que geraria uma situação — afirmou.
Pauta possivel
Lúcia negou, ainda, que tenha discutido o assunto com colegas do STF, nos últimos dias.
— Não conversei sobre esse assunto com ninguém. Os ministros estão em recesso — afirmou.
A ministra afirmou, porém, que um ministro pode provocar a discussão sobre o tema ao levá-lo à Presidência.
— Se acontecer de alguém levar em mesa, é outra coisa; não é pauta do presidente — afirmou.
Nata do empresariado
Logo após o pronunciamento da presidente do STF, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, rebateu seus argumentos, com um recado direto à magistrada.
“Ministra Carmen Lucia, ‘apequenar’ o STF é se omitir diante de uma condenação sem provas e com evidente viés político”, escreveu Boulos em sua página no Twitter.
Estiveram presentes no encontro, onde a presidente do STF referiu-se ao caso do ex-presidente Lula, a nata do empresariado transnacional. Além de Lúcia e sua assessora Mariangela Hamu, os executivos André Araújo (presidente da Shell no Brasil); Flávio Ofugi Rodrigues (chefe de Relações Governamentais da Shell); Tiago de Moraes Vicente (Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Shell).
Ainda na lista de convidados, André Clark (presidente da Siemens no Brasil); Camilla Tápias (vice-presidente de Assuntos Corporativos da Telefônica Vivo); Wagner Lotito (vice-presidente de Comunicação e Relações Institucionais da Siemens na América Latina); Victor Bicca (diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil); Camila Amaral (diretora jurídica da Coca-Cola Femsa); Júlia Ivantes e Delcio Sandi (Relações Institucionais da Souza Cruz) e ainda Marcello D’Angelo (representante da Q&A Associados).