Milhares de policiais espanhóis foram enviados à região para evitar a votação de independência, que foi considerada ilegal pela Justiça
Por Redação, com Reuters - de Madri:
A Catalunha irá criar uma comissão especial para investigar alegações de abuso pela polícia espanhola durante o referendo de independência no domingo, depois que mais de 800 pessoas ficaram feridas, disse o líder da região, Carles Puigdemont, nesta segunda-feira.
Milhares de policiais espanhóis foram enviados à região para evitar a votação de independência, que foi considerada ilegal pela Justiça. Cenas de violência causadas por táticas violentas por parte das forças de segurança receberam condenação internacional.
A votação, que foi banida pela Corte Constitucional e considerada ilegal pelo governo central de Madri, mas mesmo assim atraiu milhões de eleitores desafiadores, foi válida e legalmente vinculante, disse Puigdemont.
O líder da Catalunha disse que não teve contato com o governo central da Espanha e pediu que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, diga se é a favor ou não de mediação nas conversas sobre o futuro da região, que devem ser supervisionadas pela União Europeia.
ONU
A principal autoridade de direitos humanos da ONU pediu, nesta segunda-feira; que autoridades da Espanha investiguem total e imparcialmente a violência ligada ao referendo de independência da Catalunha; e que realizem conversas para resolver a questão da separação.
O alto comissário da ONU para direitos humanos, Zeid Ra‘ad al-Hussein; expressou preocupação com a violência de domingo, quando centenas de pessoas ficaram feridas; dizendo que as respostas da polícia precisam ser “em todos os momentos... proporcionais e necessárias”.
– Eu acredito firmemente que a atual situação precisa ser resolvida através do diálogo político, com total respeito pelas liberdades democráticas – disse Zeid, em comunicado.