Com apoio de Marina, missão de Ciro é perseguir o PT até chegar ao 2º turno

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Publicado Sábado, 27 de Fevereiro de 2021 às 17:28, por: CdB

Aos 63 anos e três derrotas no currículo em tentativas de chegar ao Planalto, sempre em terceiro lugar, o pedetista diz que o que chama de "lulopetismo" representa hoje uma "adversidade intransponível" em sua relação com a legenda.

Por Redação - de São Paulo

O adversário a ser batido nas eleições presidenciais de 2022, para o presidenciável do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, não é o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas o candidato que vier a representar a legenda do Partido dos Trabalhadores (PT). Neste fim de semana, Gomes reforçou seus contatos à direita, principalmente com líderes do Democratas (DEM) e do Partido Social Democrata (PSD).

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Ciro resolveu se ausentar do país, a duas semanas das eleições, "para cuidar da saúde", segundo assessores

Até agora, no entanto, o ex-governador cearense e ex-ministro da Infraestrutura do governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu apenas o apoio da também ex-ministra de Lula e hoje sua adversária figadal Marina Silva. Em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), Gomes se diz favorável a “uma união de centro-esquerda” contra Bolsonaro, sem citar os afagos à direita, e realça sua ojeriza ao PT.

— Nesse quadro de hiperfragmentação, quem for contra o Bolsonaro no segundo turno tem tendência de ganhar a eleição. O menos capaz disso é o PT. Por isso, a minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no primeiro turno — afirmou à FSP.

Direita

Aos 63 anos e três derrotas no currículo em tentativas de chegar ao Planalto, sempre em terceiro lugar, o pedetista diz que o que chama de "lulopetismo" representa hoje uma "adversidade intransponível" em sua relação com a legenda.

— Converso muito com os petistas. Lá dentro, tem um grupo que acha que o Lula, com sua loucura e caudilhismo, está passando de qualquer limite. Faz as coisas sem consultar ninguém, joga só, é o Pelé. O Lula escolheu o Haddad (como pré-candidato em 2022) porque não fará sombra a ele nem hoje nem jamais. Ou seja, quer replicar a escolha da Dilma (Rousseff) — repisou.

Ciro Gomes ainda conta com interlocutores no PT, entre eles o governador do Estado que governou, o cearense Camilo Santana, e o senador pela Bahia Jaques Wagner. Embora repita o discurso de que "o Brasil precisa de uma amplíssima união de centro-esquerda", o possível candidato busca também a companhia dos presidentes nacionais do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, e do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab.

O PDT, que em 2018 concorreu ao Planalto coligado apenas com o nanico Avante, trabalha também para repetir na disputa eleitoral o bloco que formou com PSB, PV e Rede Sustentabilidade. Neste último, Marina Silva o recebeu de braços abertos.

Projetos

Depois de receber 1% dos votos em 2018 na sua terceira tentativa de chegar à Presidência da República, a ex-ministra também de 63 anos diz não ter planos de se lançar em uma nova disputa em 2022. Em isolamento social em sua residência, no Distrito Federal, ela falou também neste sábado ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP) que mantém a militância virtual intensa.

Marina diz que pretende se aposentar como professora e sobreviver apenas das palestras para as quais é contratada, uma vez que abriu mão da aposentadoria como senador. Assim, espera liderar os debates do partido que criou, a Rede Sustentabilidade. Atualmente, a legenda elabora estratégias para sobreviver à cláusula de barreira no ano que vem.

No precoce tabuleiro eleitoral que se formou, Marina sinaliza apoio a Ciro Gomes (PDT) como o mais forte para quebrar a polarização entre o PT e o presidente Bolsonaro, embora diga que, antes de nomes, o mais importante é discutir projetos.

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