Déficit em transações correntes é o pior desde 2015, constata o BC

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Publicado Segunda, 25 de Fevereiro de 2019 às 15:30, por: CdB

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,866 bilhões, um montante insuficiente para financiar o déficit nas transações no mês.

 
Por Redação - de Brasília
  O Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 6,548 bilhões em janeiro, pior resultado para o mês desde 2015, divulgou o Banco Central nesta segunda-feira. O rombo nas transações correntes veio praticamente em linha com expectativa de déficit de US$ 6,348 bilhões, conforme pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com analistas, e representou uma alta de 4,1% sobre o desempenho registrado no mesmo mês do ano passado.
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Pesquisa do BC assinala a fuga de investidores, diante de uma economia cada vez mais desorganizada
Enquanto isso, os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,866 bilhões, acima da projeção de analistas de US$ 4,5 bilhões, mas em montante insuficiente para financiar o déficit nas transações no mês. Em 12 meses, o buraco nas transações correntes soma US$ 14,766 bilhões, ou 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB).

Gastos

O BC prevê um déficit de US$ 35,6 bilhões neste ano, conforme projeção feita em dezembro, ante dado negativo em US$ 14,510 bilhões, em 2018. A piora deve-se principalmente ao resultado menos expressivo esperado para a balança comercial, afetada pelo crescimento mais vigoroso das importações em meio à recuperação econômica. Em janeiro, a balança comercial ficou positiva em US$ 1,633 bilhão, bem abaixo do patamar de US$ 2,4 bilhões registrado um ano antes, diante de uma aceleração maior na ponta das importações que das exportações. Enquanto isso, os gastos líquidos de brasileiros no exterior alcançaram US$ 986 milhões em janeiro, um recuo de 19,4% sobre igual mês do ano passado. Já as remessas de lucros e dividendos ficaram praticamente estáveis a US$ 1,478 bilhão, sobre US$ 1,482 bilhão em janeiro de 2018.

Fundos

Para o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado do mês passado, com IDP inferior aos déficit das transações correntes, é “pontual”. Segundo ele, pode ter havido uma antecipação de fluxos de IDP no segundo semestre de 2018, quando houve aceleração desses investimentos. Além disso, Rocha destacou que os dados preliminares deste mês indicam aumento da entrada desses recursos. Segundo Rocha, o resultado das contas externas é influenciado pela redução do superávit comercial, com maior crescimento das importações do que das exportações. “Há maior demanda interna por bens importados que é consistente com a retomada da economia”, disse Rocha. Em janeiro, o superávit comercial ficou em US$ 1,633 bilhão, ante US$ 2,4 bilhões em igual mês de 2018. No setor de serviços, também houve bastante influência do segmento de aluguel de equipamentos, com saldo negativo (despesas maiores que as receitas) de US$ 864 milhões, em janeiro, contra o déficit de US$ 1,239 bilhão, no mesmo período de 2018. Isso é explicado pelo novo Repetro (regime especial que suspende os tributos cobrados sobre bens destinados a atividades de exploração de petróleo e gás natural).
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