Exame de DNA aumenta contradições no caso Staheli

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Publicado Terça, 06 de Abril de 2004 às 16:07, por: CdB

Em meio a uma série de declarações contraditórias de Jossiel Conceição dos Santos, que chegou a confessar o assassinato do casal norte-americano Todd e Michelle Staheli, o resultado do exame de DNA realizado em amostra de sangue encontrada na roupa de Santos teve resultado negativo, informou nesta terça-feira o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.

Segundo Garotinho, foram encontrados vestígios de sangue de outras três pessoas. ``Embora aquela não seja a roupa do crime, aquela roupa tem sangue de três pessoas, o que pode indicar que outros três crimes foram cometidos'', afirmou. ``A polícia está em busca de outras roupas dele e vai fazer os exames'', disse Garotinho a jornalistas.

O secretário de Segurança Pública acrescentou que as três versões para o crime apresentadas por Jossiel, 20, são bastante contraditórias.

O caseiro foi preso após tentar assaltar uma casa no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca, onde também morava o executivo Staheli, que trabalhava para a Shell, e sua família.

Após a prisão, ele confessou o crime. Um dia depois, em depoimento à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Santos disse que o crime teria sido cometido por dois homens e que só teria fornecido informações sobre a casa e cedido um pé-de-cabra para o crime. Ele teria recebido 40 mil reais em troca.

Na segunda-feira, Jossiel declarou ao Ministério Público que teria recebido 7 mil reais para ajudar outras duas pessoas.

``É preciso primeiro avaliar as contradições existentes entre todos os depoimentos para ver qual rumo as investigações irão tomar'', acrescentou Garotinho.

``Uma coisa é clara: ele participou direta ou indiretamente do crime. Mas tudo que foi colocado por ele agora mostra que ele tinha conhecimento da casa ou executou o crime diretamente ou através de outras pessoas'', afirmou Garotinho.

A polícia do Rio de Janeiro pretende realizar exame psiquiátrico em Jossiel, que continua no programa de proteção a testemunhas da Secretaria de Direitos Humanos.

O defensor público Alexandre Paranhos também acredita na participação de Jossiel no crime e é a favor de que ele seja submetido a um exame mental.

``Em princípio não temos nada contra o exame. Pode ser mais um elemento para esclarecer o caso, mas ele não é obrigado a fazer, porque pela Constituição ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo'', afirmou.

O casal, que vivia com os três filhos no Brasil, foi assassinado em sua casa na Barra da Tijuca em 30 de novembro de 2003.

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