Florianópolis vai retomando ao normal após apagão

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Publicado Sábado, 01 de Novembro de 2003 às 12:51, por: CdB

Florianópolis vai voltando ao normal após o retorno da energia elétrica às 20h de ontem, após dois dias de caos em meio à falta de luz e água que durou aproximadamente 53 horas e afetou 300 mil pessoas. Exatamente às 17h43min, a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) conseguiu efetuar a ligação da rede de energia elétrica para toda a porção insular de Florianópolis após os técnicos realizarem um blecaute intencional às 17h para realizar a interligação de duas subestações.

A transmissão de energia está sendo feito por cabos aéreos. O conserto dos cabos originais, sob a ponte Colombo Salles, ainda vai demorar cerca de 15 dias. A companhia de energia alega que o sistema é seguro e pode manter a ilha pelo tempo que for necessário. De acordo com a Celesc, nenhum bairro estava sem energia na manhã de hoje. Problemas localizados, causados por vandalismo estavam sendo resolvidos.

O serviço telefônico - que também foi afetado, em parte pelo apagão e pela saturação das linhas - começava a ser restabelecido aos poucos, assim como semáforos e a iluminação pública.

O trânsito, que se tornou muito complicado durante o blecaute, está sendo normalizado, registrando lentidão, no entanto, nas proximidades da ponte Pedro Ivo Campos, que liga a parte continental à parte insular da cidade. A outra via de acesso, a ponte Colombo Salles, onde houve a explosão que gerou a falta de energia, está interditada.

Agora, o problema maior é o abastecimento de água na região, que começa a se normalizar. Mas, devido a uma falha da Companhia de Água e Saneamento de Santa Catarina, não há alternativa para garantir o bombeamento das turbinas.

Quando começou o apagão, a rede hoteleira de Florianópolis estava com sua capacidade completamente ocupada com turistas e participantes de congressos, como o de telecomunicações Futurecom.

A prefeita da cidade, Angela Amin (PPB), afirmou que as perdas econômicas por causa do apagão são imensuráveis já que, além do caos no trânsito, o desperdício de alimentos, o fechamento do comércio e a perda de arrecadação de impostos afetaram a imagem da cidade.

O apagão começou na tarde de quarta-feira quando explodiu um contêiner de gás usado na manutenção da ponte que liga a cidade ao continente, provocando fogo e afetando as linhas de transmissão.

Uma preocupação dos técnicos é a possibilidade de ventos e chuvas fortes para Santa Catarina a partir de hoje. Parte dos postes usados no sistema alternativo é de madeira. A disposição dos cabos que passam por uma passarela na ponte Pedro Ivo Campos também é suscetível.

Apurando as causas do blecaute e punição

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem que abriu processo administrativo para apurar as causas e as responsabilidades pelo acidente que provocou o blecaute em Florianópolis. A Aneel também disse que vai apurar os motivos que levaram à demora no restabelecimento do fornecimento de energia para a cidade e poderá multar a distribuidora estatal Centrais Elétricas de Santa Catarina pelo incidente.

O Ministério Público de Santa Catarina também anunciou ontem que vai abrir uma investigação para apurar a responsabilidade do blecaute. O MP quer saber também se as medidas tomadas pelos técnicos da Eletrosul e da Companhia de Energia Elétrica de Santa Catarina (Celesc) dão segurança para a população.

A ministra Dilma Roussef disse que será estudada algum tipo de punição para a Celesc. A ministra disse que não poderia ter ocorrido o apagão da forma como houve em Florianópolis.

"No setor elétrico não se pode ter apenas uma fonte de energia. No caso de Florianópolis eles tinham que, diante da primeira eventualidade, ter uma alternativa de energia", afirmou a ministra.

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