Direção nacional do PT não quer ouvir falar em negociação com Ciro Gomes (PDT), mas cresce a divergência.
Por Redação - de Fortaleza e São Paulo
Governadores petistas do Ceará, Camilo Santana, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel embarcaram, mesmo sem a aprovação da Comissão Executiva Nacional do PT, na campanha do candidato da centro-direita Ciro Gomes (PDT).
Nesta quinta-feira, após as declarações de Pimentel, na véspera, Santana afirmou a um dos diários conservadores paulistanos, que apóia o golpe de Estado, ter a convicção de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguirá disputar a Presidência nas eleições deste ano.
Isolamento
Santana argumenta, portanto, que o PT deve apoiar a candidatura presidencial do ex-ministro, seu padrinho político. E indica, por conseguinte, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) para vice na chapa do conterrâneo.
— O PT não pode apostar no isolamento suicida — afirmou Santana; referindo-se à determinação da legenda em prosseguir com a campanha de Lula
Santana acredita ser “desejo do povo brasileiro ver Lula presidente”, mais uma vez. Pondera, no entanto, que desejar é uma coisa “e realizar é outra”. Segundo afirmou, Lula tem pouca ou nenhuma chance de ser candidato, e pergunta:
— Até quando vamos prorrogar essa agonia?
Lula candidato
Camilo Santana falou a um dos diários conservadores paulistanos.
— Respeito a posição do partido. Sempre tenho colocado que Lula é vítima de uma grande injustiça. Mas acho que o momento não é de radicalismo. Sei que o desejo de todos nós era o Lula poder ser candidato. Mas entre querer que ele seja candidato e a realidade atual existe uma ponte muito grande. Parto do princípio de que o PT, sem dúvida nenhuma, é hoje o maior partido deste país. Agora, não acredito que vão deixar o Lula ser candidato. Isso é um fato. Não adianta a gente se enganar — acrescentou.
Suicida
Para o governador cearense, Lula “poderá contribuir muito nesse processo eleitoral; mas não como candidato. Não permitirão isso. E penso que o Ciro é, hoje, sem dúvida nenhuma, o principal nome para unir as esquerdas. E garantir as conquistas sociais alcançadas durante os 12 anos do PT no poder. Ciro sempre foi um aliado fiel. Negar isso acho que seria injusto”.
— O PT tem uma grande oportunidade de fazer esse debate. Não podemos nos isolar. O momento é de união, não de isolamento. O momento não é de radicalismos, isso não vai levar a nada. O momento é de reflexão, serenidade, desprendimento. Acho que quem pensa de verdade no partido, na sua história de luta, de conquista, não pode apostar no isolamento suicida — concluiu.